Debate da segurança no Rio não deve ser politizado, diz Ricardo Cappelli à CNN
"Não há facção de direita ou esquerda", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Justiça
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (25), o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou considerar que o pior movimento que as autoridades podem fazer em relação aos problemas de segurança pública no Rio de Janeiro é politizar o debate.
“Não existe líder de organização criminosa da esquerda ou da direita”, declarou. Cappelli é considerado o número dois da pasta, abaixo apenas do ministro Flávio Dino.
A fala foi feita após ele ser questionado sobre a entrada das forças federais de segurança no estado do Rio de Janeiro.
Em seguida, ele explicou acreditar que a melhor resposta ao crime organizado se dará a partir da integração de todas as forças de segurança.
“Para enfrentar um crime cada vez mais organizado, verticalizado, com organizações interestaduais e até transnacionais, isso exige um Estado brasileiro cada vez mais integrado, mais articulado, agindo em um nível maior de cooperação”, defendeu.
No mesmo sentido, ele também defendeu a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp): “Não existe bala de prata, não é sobre a forma, a questão é a política, o conceito. E o conceito que a gente vem trabalhando é a materialização do Susp, integrando as forças federais com as forças estaduais e com as forças municipais.”
“Integrando e cooperando com Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Público, abrindo à participação da sociedade civil, trabalhando com planejamento, tecnologia, inteligência e com ações baseadas em dados e evidências. Esse é o rumo da política que a gente está construindo”.
Também nesta quarta-feira, o ministro Flávio Dino descartou a possibilidade de intervenção federal, com uso das Forças Armadas, na capital fluminense ou no estado do Rio de Janeiro.