Exonerado em março, Dante Mantovani volta a ser nomeado presidente da Funarte
Maestro, que já associou o rock ao aborto e satanismo, foi demitido no início da gestão de Regina Duarte


Em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (5), assinada pelo ministro da Casa Civil, o general Braga Netto, o maestro Dante Henrique Mantovani foi reconduzido à presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Mantovani havia sido exonerado do cargo em 4 de março, no mesmo dia em que a atriz Regina Duarte assumiu a Secretaria Especial da Cultura.
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Na época, o maestro foi demitido diante da repercussão de posicionamentos em seu canal de Youtube, como um vídeo em que associou o rock às práticas de aborto e satanismo.
Em entrevista para a Veja após sua saída, Mantovani, que é discípulo de Olavo de Carvalho, criticou Regina Duarte e disse que a secretária “só promove diálogo com a esquerda”.
A Funarte é o órgão responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo no país.
Associação entre rock, aborto e satanismo
Maestro, graduado em Música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Mantovani foi nomeado à presidência da Funarte pela primeira vez em dezembro de 2019, indicado por Roberto Alvim, na época secretário Especial da Cultura. Alvim deixou o cargo em janeiro de 2020, após publicar vídeo em que parafraseava trechos de um discurso feito por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha durante o nazismo.
Em seu curto período no cargo, Mantovani foi bastante contestado por conta de posicionamentos em seu canal de Youtube. Em um dos vídeos publicados, o maestro fez associação entre rock, aborto e satanismo.
“O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”, disse o maestro.
Em outra declaração, Mantovani afirmou que agentes comunistas infiltrados na CIA foram responsáveis por distribuir LSD para o público no festival de Woodstrock, em 1969. Segundo ele, o objetivo seria “destruir a família” e, assim, afetar o capitalismo.
