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    CPI vai recorrer de decisão do STF que permitiu Wizard ficar em silêncio

    Declaração do presidente da CPI foi dada a após a divulgação de um vídeo em que o empresário defendia o tratamento precoce

    Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo

    O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, afirmou durante a sessão desta quarta-feira (30) que vai recorrer da decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concede o direito ao empresário Carlos Wizard de permanecer em silêncio durante a comissão.

    Aziz deu a declaração após o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), exibir um vídeo de Wizard defendendo a utilização de remédios sem comprovação científica contra a Covid-19 e zombar de pessoas mortas pela doença na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, porque “ficaram em casa” e que “não foram em busca do tratamento precoce”.

    “É duro a gente ouvir isso do senhor, para quem perdeu um ente querido. A forma como o senhor fala machuca demais, eu peço à Mesa que recorra da decisão do ministro Barroso que recorra da decisão em relação ao habeas corpus que lhe concedeu o direito de vir aqui e ler uma única frase”, afirmou Aziz, que perdeu um irmão em janeiro por conta da Covid-19.

    No último dia 16, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu uma liminar para o empresário poder ficar em silêncio durante depoimento à CPI da Pandemia no Senado Federal. O magistrado argumentou que, na sua avaliação, todo depoente que fale a uma CPI tem direito a não responder às perguntas, partindo do princípio de que toda pessoa tem direito a não se incriminar perante os investigadores.

    Presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz
    Presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz
    Foto: Pedro França/Agência Senado

    Amparado pela decisão do ministro, Wizard optou por não responder à maioria das perguntas proferidas pelos senadores.

    “Iremos recorrer fazendo um apelo ao Supremo para que possamos mostrar essa fala de senhor como exemplo do que não pode ficar impune. O senhor não pode ficar impune em nome de 512 mil vidas”, finalizou o presidente da CPI.

    Após mais uma discussão entre governistas e oposicionistas, a líder da bancada feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS), sugeriu a votação de um ofício para transformar o empresário — que depõe como investigado — em testemunha. 

    “Vamos convocá-lo de novo para depor porque estamos perdendo uma tarde inteira de trabalhos preciosos. Nós temos uma série de investigações para fazer. Tire a condição de acusado, passe para a condição de testemunha e vamos convocar o doutor Wizard novamente”, sugeriu Tebet.

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