CPI terá de fazer acareações, dizem Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues
Relator da CPI, Renan Calheiros propõe contratação de agência de checagem por conta de 'mentiras que reiteradamente estão sendo ditas'
Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente o relator e o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, disseram nesta quarta-feira (19) que a comissão terá de realizar acareações, quando duas ou mais testemunhas são confrontadas entre si.
Segundo Renan, já é possível ver “contradições óbvias” entre depoimentos prestados à CPI, de forma que as acareações serão necessárias para se chegar à verdade.
As falas aconteceram no intervalo do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, cuja participação na CPI deve levar a mais de uma acareação, de acordo com Randolfe.
“Neste caso [de Pazuello], as contradições são tantas que me parece que vamos concluir que não será suficiente somente uma acareação, talvez mais de uma”, disse o vice-presidente da CPI, exemplificando com possíveis contradições entre o que disse Pazuello e o que tem dito o Instituto Butantan a respeito do cancelamento da compra de 46 milhões de doses da Coronavac.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, também será ouvido como testemunha pela CPI da Pandemia.
Contratação de agência de checagem
O relator da CPI, Renan Calheiros, disse que vai propor ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), a contratação de uma agência de checagem que possa auxiliar os senadores da CPI na apuração do que é dito pelos depoentes.
Para Renan, a contração se faz necessária para “checar essas mentiras que reiteradamente estão sendo ditas na CPI”. Seria a primeira vez em que algo do tipo acontece em uma comissão.
Questionado sobre a participação de Pazuello nesta quarta-feira, Renan disse que o ex-ministro tem tratado “com desdém” a CPI e “dissimulado sobre as nossas perguntas”;
“É fundamental que ele [Pazuello] colabore, preste essas informações, mas ele chegou ao cúmulo de negar declarações públicas dele mesmo e do presidente da República”, argumentou o relator.
Randolfe Rodrigues disse que o general do Exército faz “um contorcionismo enorme” e tenta “distorcer fatos”.
O depoimento de Eduardo Pazuello acabou suspenso depois que o ex-ministro passou mal durante o intervalo da sessão, conforme contou à CNN o senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico e teria auxiliado Pazuello. A oitiva será retomada na manhã de quinta-feira (20).