CPI quer investigar fake news que induziram pessoas a não se proteger, diz Aziz
Presidente da comissão que investiga condução do governo durante a pandemia diz que notícias falsas ajudaram a aumentar o números de vítimas da Covid-19
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quinta-feira (29) que pretende investigar notícias falsas (fake news) que induziram a população a não se proteger durante a pandemia do novo coronavírus.
“As fake news induziram as pessoas a tomar medidas não protetivas na pandemia, dizendo que existia imunização de rebanho, que remédio tal salva, que não dava em jovem, que atleta não morria”, disse Aziz, em entrevista à CNN, após o fim da segunda sessão da CPI.
“Uma série de afirmações que, felizmente, 99% da imprensa desmentia. Não sei de onde tiram tanto dinheiro para pagar isso, porque custa caro, não é de graça”, continuou. “Acho que o ministro [do Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes vai chegar nessas pessoas, na origem de quem paga isso, para desinformar o brasileiro, para fazer maldade com as pessoas.”
Ele citou como exemplo de vítimas das notícias falsas o caso de uma paciente em seu estado, o Amazonas, que morreu após realizar nebulização de hidroxicloroquina por recomendação de uma médica.

Aziz também rebateu a possibilidade de senadores governistas apresentarem requerimentos para a convocação de médicos que defendem o uso desse e de outros medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19
“Eu não aconselharia a fazerem isso. Primeiro que não perguntaremos na CPI se cloroquina faz bem, se ivermectina ajuda, o papel da CPI é investigar essas questões mais cientificamente. Se um médico ou uma médica salvou todos seus pacientes com cloroquina, eu quero que apareça”, afirmou.
Resultados da CPI
Aziz disse esperar que ao seu final, a CPI seja capaz de ajudar a diminuir as mortes por Covid-19 no país.
“Espero que se crie um protocolo em relação a governo federal falar uma coisa, o governo estadual falar outra e o governo municipal, outra. Essa pandemia não vai parar, ela pode diminuir, mas nossas vidas nunca mais serão as mesmas”, afirmou.
Ele lembrou também que a comissão não tem poder de condenar ninguém, mas sim de indicar caminhos aos órgãos competentes para tomarem os devidos processos. “Mas a população não quer só uma investigação, quem errou, quem deixou de fazer, ela quer vacina, proteção, atendimento.”