CPI ouve presidente do Instituto Força Brasil, coronel da reserva Helcio Bruno
O requerimento para ouvir o militar foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
A CPI da Pandemia deve ouvir a partir das 9h30 desta terça-feira (10) o presidente do Instituto Força Brasil, coronel da reserva Helcio Bruno. O militar vai ao Senado Federal amparado por um habeas corpus — concedido pela ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF) — que dá a ele o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo.
O requerimento para ouvir o militar foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No pedido, o parlamentar argumenta que, em depoimentos à comissão, representantes da Davati Medical Supply no Brasil relataram que o presidente do Instituto Força Brasil intermediou um encontro entre a empresa e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco.
A Davati é alvo de investigação da CPI por estar supostamente envolvida em um esquema de compra e venda de vacinas da AstraZeneca superfaturadas. O contrato bilionário com o ministério da Saúde previa a compra de 400 milhões de doses de vacina.
Em seu depoimento, Helcio Bruno pretende afirmar que foi o reverendo Amilton de Paula quem apresentou os representantes da Davati Supply para o Instituto Força Brasil. As informações são do analista da CNN, Gustavo Uribe.
Segundo relatos de integrantes da entidade, o reverendo apresentou Luiz Paulo Dominghetti e Cristiano Carvalho ao Instituto Força Brasil na mesma semana da reunião do dia 12 de março, quando os supostos vendedores de vacinas foram recebidos no Ministério da Saúde.
O objetivo inicial da reunião, que teve a participação do então secretário-executivo Elcio Franco, era tratar sobre a possibilidade de empresas privadas importarem imunizantes contra o coronavirus.
O coronel da reserva pretende esclarecer, no entanto, que o presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) sugeriu que os representantes da Davati Supply participassem do encontro porque a proposta deles de oferta de vacinas não havia sido respondida pela pasta.
O presidente do Instituto Força Brasil deve salientar ainda que não cabia a ele saber se realmente a Davatti Supply detinha os imunizantes que prometia. Ele ressaltará que, depois do encontro no Ministerio da Saúde, não teve mais contato com Carvalho e nem com Dominghetti.
De acordo com integrantes da entidade, o reverendo participou de encontro no Instituto Força Brasil, no qual abordou a possibilidade de representantes da Davati Supply participarem da reunião no Ministério da Saúde, para discutir política de créditos ambientais.
Apesar do Instituto Força Brasil defender pautas em comum as do atual governo federal, o coronel da reserva deve afirmar que não tem relação próxima com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que não produz conteúdo próprio para as redes sociais, apenas compartilha o de portais de direita.
(Com informações de Gustavo Uribe, da CNN, em Brasília, Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo e da Agência Senado)