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    CPI da Pandemia ouve Wagner Rosário, da CGU, sobre suposta corrupção na Saúde

    Comissão espera que ministro fale sobre desvio de recursos liberados pela União para estados e municípios

    João de Marida CNN* , Em São Paulo

    A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta terça-feira (21), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, para falar sobre evidências de corrupção no Ministério da Saúde.

    A comissão espera que o ministro responda sobre a suposta omissão da CGU em negociações irregulares no Ministério da Saúde nos contratos da vacina indiana Covaxin. Depoentes já ouvidos na CPI, alegaram que teria havido uma “pressão atípica” para que servidores da pasta aprovassem os procedimentos.

    Segundo requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o ministro deverá falar também de investigações sobre desvio de recursos liberados pela União para estados e municípios durante a pandemia.

    “Eu acho importante esse depoimento. Eu acredito que é uma peça-chave tanto para esclarecer a questão das negociações da Covaxin. Acho que vai ser um dia especial para gente buscar toda a verdade”, disse o senador.

    No último dia 15, o presidente da comissão senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o ministro é um “prevaricador”.

    “Wagner Rosário é um prevaricador. Ele tem que vir mesmo aqui [na CPI]. Como ele sabia que Roberto Dias [ex-diretor de Logística da pasta federal] estava operando dentro do Ministério da Saúde e não tomou providência? Ele tem que explicar”, afirmou.

    A declaração foi feita durante depoimento à CPI de Marconny Faria, apontado pelas investigações da comissão como um lobista da Precisa Medicamentos junto ao Ministério da Saúde.

    O suposto lobista disse à CPI que a CGU realizou operação de busca e operação na casa dele em outubro de 2020. Aziz pediu ao relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) que o nome de Rosário entre no relatório final pelo crime de prevaricação.

    CPI próxima do fim

    A CPI da Pandemia está chegando próxima ao final das apurações. Na segunda-feira (20), Renan Calheiros disse à CNN que apresentará o parecer final da comissão de inquérito após o término das sessões de depoimentos.

    Inicialmente, havia a expectativa de que o relatório final fosse apresentado nesta semana. Com a obtenção de novos dados e informações, a tendência é de que a CPI da Pandemia se arraste até outubro.

    Ao repórter da CNN Chico Prado, o relator afirmou que o relatório final será entregue no começo de outubro. A CPI poderia continuar até o dia 5 de novembro, mas o prazo não deverá ser usado integralmente.

    Além disso, Renan Calheiros disse concordar com a avaliação de outros integrantes do comando da CPI, como o presidente Omar Aziz e o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de que com a recente operação da PF contra a Precisa impossibilita um parecer final da comissão já nesta semana.

    Segundo ele relatou à CNN, documentos importantes foram levados até a comissão.

    Outros depoimentos desta semana

    Prevent Senior

    Na quarta-feira (22), os integrantes da CPI vão investigar denúncias de que a Prevent Senior realizou experimentos com cloroquina em pacientes infectados com Covid-19. Para isso, a comissão vai ouvir o diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Júnior.

    Segundo dossiê enviado à CPI por médicos, os doentes foram tratados com o chamado ‘kit’ Covid sem serem informados da participação num teste, e profissionais tiveram que trabalhar contaminados e não podiam usar máscaras para verificação da tese da imunidade de rebanho.

    Além disso, há denúncias de fraudes nos estudos, como mudança na causa da morte do paciente para não coronavírus para endossar a tese do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    O depoimento do diretor-executivo estava marcado para a semana passada, mas a defesa alegou que a notificação não foi entregue dentro prazo de 48 horas previsto em lei.

    Precisa Medicamentos

    Na quinta-feira (23), será a vez de Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos, ser ouvido pela comissão.

    O depoente também era para ter prestado depoimento na semana passa, mas a CPI não conseguiu contatar Trento para oficializar o encontro.

    Na sexta-feira (17), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Precisa Medicamentos, em Barueri (SP), e na Luft Healthcare, que armazena os produtos da empresa, em Itapevi (SP).

    O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou em entrevista à CNN, que a operação foi necessária pela recusa da Precisa em enviar documentos à Comissão.

    Precisa Medicamentos entrou na rota da CPI da Pandemia após o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), ter alegado que foi pressionado por representantes da empresa para acelerar a compra da Covaxin.

    (Com informações de Chico Prado, da CNN, e Agência Senado)

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