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    CPI da Pandemia ouve ex-médico e cliente da Prevent Senior na quinta-feira (7)

    Walter Correa de Souza Netto e Tadeu Frederico Andrade, respectivamente ex-médico e cliente da Prevent Senior, serão os últimos ouvidos pela Comissão

    Douglas Portoda CNN

    em São Paulo

    Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta quinta-feira (7), Walter Correa de Souza Neto, ex-médico da Prevent Senior, e Tadeu Frederico Andrade, cliente da operadora de saúde. Eles serão os últimos a prestarem depoimento à CPI.

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu a Walter Neto o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminar durante suas declarações. Ele ainda poderá estar acompanhando por um advogado, e não poderá sofrer constrangimentos físicos e morais, especialmente ameaças de prisão ou processo.

    Os senadores irão questionar ao médico se havia pressão da Prevent Senior para a prescrição do “kit covid”, aplicação de tratamentos que não foram autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou aprovadas pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), e controle da autonomia médica.

    As acusações foram descritas em um dossiê elaborado por médicos que fazem ou faziam parte do quadro de funcionários da operadora, incluindo Walter. A estratégia foi adotada, segundo os documentos, para o governo federal influenciar a população a consumir os medicamentos. Ainda dizem que a empresa Vitamedic lucrava com a venda dos fármacos, e a Prevent Senior com novas adesões ao plano de saúde.

    A Prevent Senior nega as informações contidas no dossiê. A operadora de saúde diz que a acusação de que os médicos eram obrigados a receitar os medicamentos é falsa.

    Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da empresa, admitiu durante seu depoimento à CPI da Pandemia, no Senado Federal, em 22 de setembro, que foi orientado aos médicos a alteração do CID — o código utilizado mundialmente para identificar e diferenciar as doenças — de pacientes com Covid-19 após um período de internação, o que teria resultado em um número subdimensionado de mortes em razão da doença na rede da operadora.

    De acordo com o diretor-executivo, o código era mudado para “tirar o paciente do isolamento”, mas a causa da morte — neste caso, a Covid-19 — era mantida na certidão de óbito que seria enviada à Vigilância Sanitária, e contabilizada por autoridades de Saúde.

    Segundo informações do requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), que fez a convocação dos depoimentos, Tadeu Andrade contou que foi infectado pela Covid-19 no Natal, e ao passar por uma teleconsulta da Prevent Senior, lhe foi receitado o “kit covid”, com medicamentos como cloroquina, azitromicina e ivermectina, sem eficácia comprovada contra a doença. Após tomar a medicação, seu quadro de saúde piorou e foi necessária a internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

    Tadeu Andrade ainda alega que após um mês internado na UTI, a equipe médica da Prevent Senior queria tirá-lo da terapia intensiva para “economizar custos” e o tratar com cuidados paliativos. Sua família, no entanto, negou. Após se recuperar da doença, o paciente decidiu denunciar a operadora de saúde à CPI e ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).

    (Com informações da Agência Senado)*