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    Nise contradiz Mandetta e Anvisa ao negar tentativa de mudar bula da cloroquina

    Oncologista e imunologista foi questionada sobre a defesa da cloroquina e sobre um suposto 'gabinete paralelo' de orientação ao presidente Jair Bolsonaro

    Médica Nise Yamaguchi presta depoimento à CPI da Pandemia
    Médica Nise Yamaguchi presta depoimento à CPI da Pandemia Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

    Murillo Ferrari, Rafaela Lara e Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo, e Bia Gurgel, da CNN, em Brasília

    A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (1º) a médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista, que defende o chamado “tratamento precoce” para a Covid-19. O depoimento, previsto para começar às 9h, foi iniciado por volta das 10h10.

    No depoimento, a médica contradisse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, ao dizer que não sugeriu a alteração na bula da cloroquina — medicamento sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus.

    Ainda durante a oitiva, Nise disse que nunca foi convidada para assumir o Ministério da Saúde, afirmou que um decreto que liberasse o medicamento “exporia” o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), garantiu que não integra e nem tem conhecimento sobre um suposto “gabinete paralelo” que orienta o chefe do Executivo, ressaltou que a teoria da imunidade de rebanho era pertinente em junho de 2020 e defendeu a “integração de forças” em torno das próximas decisões que devem ser tomadas.

    Em certo momento, o senador Otto Alencar (PSD-BA), médico de formação, fez uma série de questionamentos sobre infectologia — ramo da medicina que estuda de doenças infecciosas — e Yamaguchi não soube responder o parlamentar. Alencar, então, chegou a dizer que a médica “não sabe nada” sobre o assunto.

    A sessão também foi marcada por declarações sobre a realização da Copa América no Brasil. O senador Humberto Costa (PT-PE) se disse contrário ao recebimento do evento no país. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) observou que a hipótese de se fazer a convocação por fatos que estão acontecendo ou que vão acontecer – como a Copa América – tornaria a CPI ilegal. 

    Resumo de CPI da Pandemia:

    Nise: Bolsonaro nunca me convidou para ser ministra da Saúde

    Nise negou ter sido convidada para cargo de ministra da Saúde. Questionada pelo relator, ela afirmou que não houve convite formal por parte do presidente Jair Bolsonaro e que participou de uma reunião pontual. 

    “Foi somente a reunião onde participei do comitê de crise. Mas não houve um convite formal [para chefiar a pasta da Saúde]. Só para participar daquela reunião pontual. Ele nunca me convidou para ser ministra da Saúde. Foram ilações que a imprensa fez.”

    O nome da médica era uma das opções cotadas para assumir o cargo em abril do ano passado, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta. Nise chegou a participar do evento de lançamento da campanha de prevenção à violência doméstica no Palácio da Planalto, em meio à notícia da exoneração do atual ministro da Saúde, Nelson Teich. 

    Nise nega ter sugerido mudança de bula da cloroquina 

    A médica Nise Yamaguchi negou ter solicitado qualquer alteração na bula da cloroquina, como foi mencionado durante o depoimento do presidente da Anvisa, Antonio Barra Tores. 

    Ao ser questionada pelo relator Renan Calheiros, Nise afirmou desconhecer o documento que pediu a mudança na bula do medicamento. “Não fiz nenhuma minuta e não conhecia esse papel que estava na reunião. Me pediram pra conversar sobre a cloroquina, e eu estava conversando sobre essa resolução. Sobre a bula e a presença da cloroquina no site do Ministério em pacientes moderados e graves.”

    “A minuta jamais falava de bula e sim sobre a disponibilização de medicamento. Não houve minuta de bula, não participei disso”, completou. Segundo Barra Torres, na reunião onde foi aventada a possibilidade de mudança na bula foi realizada no Palácio do Planalto estavam presentes, além dele e do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o general Braga Netto (Casa Civil), a médica Nise Yamaguchi e um outro médico que ele não soube identificar. 

    “Quando houve uma proposta de pessoa física de fazer isso [mudar a bula da cloroquina], me causou uma reação um pouco mais brusca, eu disse: ‘olha, não tem cabimento, não pode’. E a reunião inclusive nem durou muito mais depois disso”, disse Barra Torres em depoimento à CPI. 

    Após a negativa de Nise, que contradiz o depoimento de Barra Torres, o presidente da CPI, Omar Aziz, afirmou que pode chamar Barra Torres novamente para uma acareação. “O certo é trazermos aqui o presidente da Anvisa pra fazermos uma acareação. Podemos fazer isso, vamos esperar”, disse.

    Alessandro Vieira propõe convocar Nise como testemunha

    Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) propôs ao presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) que suspenda a votação e abra uma votação para que Nise Yamaguchi seja convocada como testemunha e não como convidada.

    “Vamos colocar em votação mesmo. Não vamos fazer propaganda enganosa para a população brasileira. Eu tenho responsabilidade aqui, e a responsabilidade é grande. Não podemos ficar ouvindo que não se pode vacinar aleatoriamente”, disse Aziz.

    Marcos Rogério (DEM-RO) argumentou, porém, que não cabe a quem não tem conhecimento técnico questionar as opiniões de uma cientista com mais de 40 anos de trabalho.

    “Estão expondo vídeos recortados. Não permitem à depoente falar. Querem respostas objetivas. Estão faltando com respeito à depoente, à história dela, à biografia dela. Parece que trouxeram a depoente para fazer espetáculo.”

    Nise diz que discutiu tratamento precoce apenas uma vez com Bolsonaro

    A médica oncologista e infectologista afirmou aos senadores que discutiu a questão do tratamento precoce com o presidente Jair Bolsonaro em apenas uma oportunidade.

    “Eu tive a oportunidade, no início, de receber dele a informação que existia um tratamento que estava sendo discutido na França”, disse, ao ser indagada sobre esse ponto pelo relator da CPI.

    “Eu já tinha a informação prévia e ele me falou, em uma reunião, que existia. Foi no momento inicial, e eu expliquei que precisávamos de dados científicos. Por isso, eu falaria com o Conselho Federal de Medicina para validar a possibilidade de o receber o medicamento e do médico de prescrever.”

    Nise: Nunca estive sozinha com o presidente da República

    Questionada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre quantas vezes havia se reunido com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), Nise afirmou se lembrar de 4 ou 5 ocasiões.

    “[Foram] vários momentos sociais. Umas 4 ou 5 vezes. E nenhum momento só eu e ele. Tivemos uma reunião com os médicos pela vida, outra reunião sobre células-tronco, sobre outras coisas”, afirmou. 

    Ela disse ainda que esteve em uma reunião interministerial presidida pelo general Braga Netto e que tev a presença do ministro da Saúde e do diretor da Anvisa.  “Eu fui convidada, uma colaboradora eventual.”

    Renan afirmou que o grupo de checagem de dados da CPI informou que Nise teve uma reunião individual com Bolsonaro em 15 de maio de 2020. Ele então perguntou se ela confirmava esse fato.

    “Não me recordo. Nunca tive reunião sozinha com ele”, disse a médica.

    Ele então, a pedido do senador Rogério Carvalho (PT-SE) perguntou quantas vezes ela esteve no Ministério da Saúde.

    “Inúmeras vezes, em vários governos. Desta vez, estive em uma reunião que o ministro [Eduardo] Pazuello não pode participar totalmente e deixou vários técnicos.

    O senador governista Jorginho Mello (PL-SC) pediu a palavra pra pedir que a médica seja mais direta em suas respostas.

    “Dispense os floreios, estou querendo ajudar a senhora. Seja positiva. A senhora tem conteúdo. Dispensa esses floreios e responda objetivamente e, aí, a senhora nem dá brecha para o senador Renan insistir em perguntas que só ele quer.”

    Médica diz não integrar e desconhecer existência de gabinete paralelo

    Perguntada se fazia parte de um suposto gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre assuntos relacionados à pandemia à margem do Ministério da Saúde, Nise disse desconhecer a existência de tal estrutura.

    “Eu desconheço um gabinete paralelo e muito menos que eu integre qualquer gabinete paralelo”, afirmou. 

    “Eu sou uma colaboradora eventual e participo junto com os ministros de Saúde, deixei bem claro, como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde”, completou.

    Ela disse ainda que nunca levou para essas reuniões com Bolsonaro sua defesa de tese da imunidade de rebanho.

    “Não, nunca discuti imunidade de rebanho com ele. Na realidade, tive poucos encontros. O que eu tenho são posições públicas, que são bastante detalhadas e muito bem estruturadas, baseadas na ciência daquele momento.”

    Imunidade de rebanho era pertinente em junho de 2020, defende Nise

    O relator da CPI exibe dois vídeos em 2020 em que Nise defende a retomada de atividades e a imunidade de rebanho, associada ao tratamento dos casos de Covid-19 e da vacinação. Na sequência, questionou se ela mantinha essa posição atualmente.

    “A resposta não é simples porque a imunidade de rebanho tem sido declarada como ir para as ruas, fazer a convivência normal e isso gerar a imunidade absoluta. O que estou dizendo é que a imunidade de rebanho é um fato, não deve ser interpretada”, disse Nise. 

    Renan insistiu na pergunta, querendo saber se ela mantinha sua opinião. “Estou dizendo que a resolução daquela época, em junho passado, tínhamos uma realidade diferente. Imaginávamos que uma segunda, terceira onda, viria com o mesmo vírus. Para aquele momento, a discussão era pertinente”, explicou a especialista.

    Ela disse também que não retira o que falou por que “para aquele momento era bastante conveniente e necessária a discussão”. Nise também falou que nunca defendeu a imunidade de rebanho apenas pelo contágio natural da doença.

    “Não só a natural, a vacinal também. Eu citei ali, está claro, eu falava que as vacinas também fariam parte daquele momento. E mais, que o tratamento precoce e imediato também seria parte, que é o que eu preconizo.”

    Senador diz que NIse Yamaguchi ‘não sabe nada de infectologia’

    O senador e também médico, Otto Alencar (PSD-BA), fez uma série de questionamentos sobre infectologia — ramo da medicina que estuda de doenças infecciosas — e Nise Yamaguchi, que é oncologista e imunologista, não soube responder.

    “A senhora sabe dizer para mim qual a diferença entre um protozoário e um vírus?”, indagou o senador. 

    Após tentar se esquivar das perguntas, Nise respondeu ao questionamento, mas Otto ressaltou que as respostas não estavam corretas. “A senhora não sabe nada de infectologia”, disse o parlamentar.

    Ainda de acordo com Otto Alencar, ao fazer previsões sobre a imunidade de rebanho e cloroquina, Nise dava “tiros nos escuro”. 

    “A senhora não podia estar de jeito algum estar debatendo um assunto que não era do seu domínio. Isso não é honesto”, afirmou Alencar.

    Nise Yamaguchi confirma ‘conselho científico voluntário’

    Ao responder o vice-presidente da comissão, a médica afrimou que conhece Carlos Wizard e confirmou que, ao lado do empresário, formou um grupo de médicos para realizar discussões científicas.

    Segundo ela, foi discutido a formação de um conselho científico voluntário, que hoje conta com 10 mil médicos vonluntários pelo país. Ainda de acordo com a médica, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub atenderam os especialistas. 

    “A gente discutiu essa formação desse conselho científico independente sem ter vínculo com o ministério da saúde, sem vínculo oficial”, confirmou.

    Conforme a declaração de Nise, o papel de Arthur Weintraub no grupo era de “unir dados”. Yamaguchi, no entanto, afirmou que não há relação do encontro com o que ela chama de conselho científico independente.

    “Esses 10 mil médicos já existiam mobilizados no Brasil, eles trabalham de forma totalmente voluntária. Nós só nos comunicamos com ele”, ressaltou.

    Por fim, a médica disse que Carlos Wizard ajudava o grupo cientificamente enquanto empreendedor social.

    Decreto ‘exporia muito’ o presidente Jair Bolsonaro

    Sobre um decreto que visava a liberação da cloroquina, Nise orientou o tenente-médico Luciano Azevedo a não avançar com a proposta porque o ato “exporia muito” o presidente Jair Bolsonaro.

    A mensagem de Nise a Azevedo foi lida pelo vice-presidente da CPI e consta em documentos enviados pela própria médica à comissão para dar força a versão apresentada por ela sobre a reunião no Palácio do Planalto onde foi discutido orientações sobre a droga. A médica, porém, voltou a dizer que esse decreto não previa a alteração na bula do fármaco, e que só recebeu o documento mais tarde.

    “Imagina um decreto que faz acesso a medicação e o presidente assina, é um absurdo isso”, exclamou.

    Após a fala de Nise, Randolfe Rodrigues sugeriu que o tenente-médico Luciano Azevedo seja convocado para prestar depoimento à CPI.

    Nise Yamaguchi defende ‘integração de forças’

    Questionada pela senadora Leila Barros (PSB-DF) se o governo federal tomou as medidas necessárias no comando da pandemia, Nise avaliou que não houve politização nas ações, mas ressaltou ser necessária uma “integração de forças” e não uma “demonização” sobre as decisões tomadas.

    Em relação à mudança na forma em que os dados da pandemia eram divulgados, a médica disse que não tinha acesso à “estratégia” e por isso não teria como “julgar” o governo.

    Sobre a estratégia de comunicação da União em torno de medidas não farmacêutcicas, Yamaguchi avaliou que “havia a determinação que isso fosse feito, desde o ministro Mandetta.”

    Nise diz que busca de novos tratamentos norteou vida profissional

    Em sua exposição inicial, antes de ser questionada pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Nise afirmou que a vontade de “buscar novos horizontes e novos tratamentos” fez parte de sua vida profissional.

    “Tudo isso para dizer que estou à disposição do nosso país. Não estou aqui para defender um governo, estou aqui para defender o povo brasileiro com relação às ações que considero importantes”, afirmou.

    “Tenho sido conhecida pela minha defesa em prol do tratamento imediato. Isso é baseado em ciência e uma ciência bastante profunda, em que temos artigos científicos publicados (…) Imagina você ter um médico que, depois, o mundo inteiro desacredita? Em prol dessa confiança que procuramos o senador Omar Aziz para conversarmos neste sentido.”

    “Queria me antecipar e colocar os dados científicos antes da discussão política. Meu objetivo é estar aqui como perita técnica, como médica e como convidada”, concluiu.

    O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), esclareceu que o depoimento de Nise é na condição de convidada, apesar dela ter aceitado fazer o juramento se comprometendo a falar toda a verdade aos questionamentos da comissão – como é obrigatório a quem é convocado pela CPI.

    “Caso haja algum senador não satisfeito com as respostas, aí, sim, faríamos uma convocação”, disse Aziz.

    Governistas reclamam de alteração na agenda da CPI

    Senadores governistas, como Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) questionaram a mudança da agenda da CPI, com o cancelamento da participação de médicos a favor e contra o uso da cloroquina na quarta-feira (2) para adiantar o depoimento de Luana Araújo, que ficou apenas dez dias no cargo de secretária extraordinária de enfrentamento à Covid, no Ministério da Saúde.

    “Essa é uma forma desrespeitosa de tratar nossos depoentes. (…) Não podemos tratar os depoentes dessa forma. Deve-se haver respeito por cada um dos convidados dessa comissão”, disse Rogério.

    Aziz afirmou que a mesa diretora da CPI entende que não é papel da CPI fazer audiências públicas, mas sim investigar. 

    “Publicamos ontem a pauta de quarta-feira, não vai acontecer novamente de desconvocarmos alguém (…) Eu peço desculpa para as pessoas que estavam convocadas.”

    ‘É inacreditável o governo querer sediar Copa América’, diz Renan

    Antes de iniciar seus questionamentos a Nise, o relator da CPI fez um apelo contra a realização da Copa América no Brasil.

    “É inacreditável que o governo federal queira sediar a Copa América aqui no Brasil no exato momento em que a pandemia se agrava, enchem, como nunca, nossos cemitérios e nossas UTIs, e a terceira onda começa a chegar. “Seria transformar essa Copa em campeonato da morte”, disse o senador do MDB.

    “Já que não podemos fazer um apelo ao presidente da República, já que não podemo fazer um apelo ao ministro da Saúde, já que não podemos fazer um apelo à [Confederação Brasileira de Futebol] CBF – que tem se transformado em negacionista e até irresponsável por querer patrocinar este evento –, quero nestas poucas palavras me dirigir à Seleção Brasileira, aos seus jogadores, ao seu treinador, ao Neymar”, continuou.

    “Não concordem com a realização dessa Copa América no Brasil. Não é esse o campeonato que precisamos agora disputar. Precisamos disputar o campeonato da vacinação. É esse campeonato, Neymar, que precisamos disputar, ganhar e você precisa marcar gols para que esse placar seja alterado”, disse Renan.

    “No campeonato da vacinação, o Brasil ocupa um dos últimos lugares, enquanto que no campeonato da morte, somos campeões, somos o segundo país em número de morte dos brasileiros. Não permita entrar em campo nessa Copa América, Neymar, enquanto seus amigos, seus parentes e seus conhecidos continuam a morrer e a vacina não chega no nosso país.”

    Senadores discutem sobre realização da Copa América no país

    A sessão desta terça-feira da CPI foi aberta com uma questão de ordem do senador Humberto Costa (PT-PE), que se manifestou contra a realização da Copa América no Brasil e apoiou a iniciativa do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de convocar o presidente da CBF, Rogério Caboclo.

    “Porque nós, que estamos entrando agora, infelizmente, na terceira onda, vamos sediar um campeonato ridículo, que não tem qualquer relevância para nossa trajetória futebolística”, disse Costa.

    Na sequência, o senador Otto Alencar (PSD-BA) também se mostrou contrário à realização da competição, mas divergiu do petista sobre quem deveria ser convocado para prestar esclarecimentos à CPI.

    “Quem deveria ter sido ouvido ontem é a autoridade sanitária do país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, (…) deve ser chamado para explicar se temos as condições [para realizar a Copa América]”, afirmou Alencar.

    Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) observou que a hipótese de se fazer a convocação por fatos que estão acontecendo ou que vão acontecer – como a Copa América – tornaria a CPI ilegal. 

    “A CPI só pode investigar fatos determinados e neste caso, seria um fato indeterminado.”