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    CPI aprova quebra de sigilo de advogado de Bolsonaro e de Ricardo Barros

    Mais de 180 requerimentos foram aprovados no início do depoimento de Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, também alvo dos pedidos

    Beatriz Gurgel, da CNN, em Brasília, e Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo

     

    Os senadores da CPI da Pandemia aprovaram 187 requerimentos no início da sessão desta quinta-feira (19), incluindo o acesso aos dados fiscais de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e do advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Frederick Wassef. 

    A definição de quais requerimentos seriam aprovados foi alvo de especial atenção dos senadores antes do início da sessão desta quinta. A sensibilidade de alguns assuntos, como a quebra de sigilo de blogueiros bolsonaristas e o pedido de compartilhamento de informações de inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de fake news, foram alvo de debate no início da sessão.

    A quebra de sigilo envolvendo Frederick Wassef foi pedida pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo ele, há indícios para apurar se o advogado recebeu recursos da Precisa Medicamentos na assinatura do contrato da Covaxin. Nesta quinta, a CPI recebeu Francisco Maximiano, sócio da Precisa, para prestar depoimento. O empresário também teve quebras de sigilo aprovadas.

    Já Ricardo Barros, que compareceu à CPI em outra ocasião, havia se manifestado contra a solicitação pelas redes sociais na manhã desta quarta. “A CPI não encontrará nenhuma ligação minha com a Precisa, todas as pessoas ouvidas no caso Covaxin negaram minha participação. A CPI extrapola, exagera e mente, mas agora a condução da relação com a CPI é com meus advogados”, escreveu.

    Os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) registraram que votaram contrariamente a todos os requerimentos que pedem quebras de sigilo. Já Eduardo Girão (Podemos-CE) pediu destaque na votação de pedidos sensíveis, como a quebra de sigilo de blogueiros bolsonaristas. No entanto, a solicitação foi rejeitada e os pedidos aprovados.

    Na defesa do requerimento que solicitou informações de sites e blogueiros bolsonaristas como no caso de Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que “os sites são financiados por alguém que não quer a democracia”.

    Com isso, todos os requerimentos foram que estavam na pauta foram aprovados em globo – ou seja, na mesma sessão. São 96 de pedidos de informação, 83 de quebras de sigilos, 6 de convocação, 1 convite à CPI e 1 pedido de auditoria ao Tribunal de Contas da União (TCU).

    Veja os principais requerimentos aprovados:

    Pedidos de quebra de sigilo:

    – da Precisa Medicamentos;
    – da Global Gestão em Saúde;
    – de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara;
    – de Francisco Maximiano (sócio da Precisa e da Global);
    – do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos;
    – do advogado Frederick Wassef, que defende o presidente Jair Bolsonaro;
    – da namorada de Wassef, assessora especial da Secretaria Especial de Assuntos Parlamentares, Thais Amaral Moura;

    Pedidos de informação:

    – ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, sobre o inquérito do qual são alvos o general Eduardo Pazuello e o ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Soligo (conhecido como Airton Cascavel);
    – ao STF, o pedido de compartilhamento de informações obtidas nos inquéritos dos atos antidemocráticos e das fake news.

    Ricardo Barros (PP-PR)
    O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) em coletiva de imprensa após a CPI da Pandemia
    Foto: Roque de Sá/Agência Senado

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