Corte de preço da Petrobras pode reabrir diálogo do PT com classe média
Sucesso de ofensiva depende de teste da nova política da estatal, que será adotada a partir desta quarta (17)
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) o fim da paridade internacional de preços do petróleo e combustíveis derivados, que foi adotada pelo governo de Michel Temer (MDB). Com a regra, a oscilação externa refletia diretamente no mercado interno.
Após a confirmação da medida, que foi uma das promessas de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, comunicou que o litro da gasolina e do diesel ficarão R$ 0,40 e R$ 0,44 mais baratos, respectivamente, às distribuidoras a partir desta quarta-feira (17).
Conforme explica Daniela Lima, âncora da CNN, o eleitor que ganha até um salário mínimo foi fundamental e tido como prioridade nos primeiros meses do governo do petista – ao mesmo tempo deixando claro que a administração federal não trabalharia apenas para ele.
Entre algumas medidas adotadas pelo governo estão o anúncio de reajuste real do salário mínimo, restabelecimento do Bolsa Família com penduricalhos e outros programas como o Minha Casa Minha Vida.
Segundo Daniela Lima, o anúncio desta terça-feira, entretanto, foi o aceno mais claro ao eleitor que foi decisivo para derrotas do PT em anos anteriores, como em 2016: o da classe média.
Marqueteiros que conversaram com a âncora da CNN também entendem essa medida como o aceno para esse eleitor. Paulo Vasconcelos, por exemplo, destacou que essa ação não atrai necessariamente apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), mas simpatizantes do “centro político”.
A questão que fica agora é a durabilidade dessa “trégua” – que dependerá da efetividade da nova política de preços, ainda não foi testada – destaca Daniela Lima.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN