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    Convocação de governadores divide G7 e abre flanco para ofensiva de governistas

    Integrantes do G7 disseram à CNN, em caráter reservado, que a ofensiva sobre os chefes de Executivos estaduais dará munição à narrativa do governo Bolsonaro

    Wellington Dias (PT), governador do Piauí
    Wellington Dias (PT), governador do Piauí Foto: CNN (08.mar.2021)

    Renata AgostiniThais Arbexda CNN

     A decisão da CPI da Pandemia de convocar governadores para prestar depoimento sobre as gestões estaduais da pandemia da Covid-19 dividiu o G7, grupo de senadores de oposição e independentes que forma a maioria do colegiado. Integrantes do bloco disseram à CNN, em caráter reservado, que a ofensiva sobre os chefes de Executivos estaduais dará munição à narrativa do governo Jair Bolsonaro. 

    A avaliação é a de que, oficializadas as convocações, haverá, inevitavelmente, uma corrida ao STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar a participação de governadores na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado. Neste cenário, integrantes do G7 dizem que, qualquer que seja o resultado, o governo tem potencial de dominar a narrativa –ao menos por um tempo. 

     

    Governadores na mira da CPI dizem aguardar a confirmação da convocação para bater o martelo sobre os próximos passos, mas já antecipam a via judicial. Parte defende, porém, que haja um movimento amplo questionando o Supremo sobre a legalidade das convocações, em vez de recursos individuais dos convocados.

    Esses senadores acreditam que, caso o Supremo siga os precedentes e dê aos governadores a possibilidade de não ir à CPI, os aliados de Bolsonaro poderão dar força ao discurso de que os chefes dos Executivos estaduais estão fugindo porque teriam algo a esconder. Caso eles sejam obrigados a comparecer ao Senado, a pauta da CPI será tomada, durante muito tempo, por depoimentos que tiram o foco do governo federal. 

    Nos bastidores, os senadores governistas têm dito que o movimento indica desgaste da CPI e que os oposicionistas “não têm mais muito o que tirar” do governo federal. A avaliação é a de que, a partir de agora, haverá intensa pressão para abrir a porteira para ampliar a lista de governadores e chegar aos demais estados.

    Foi justamente para evitar esse cenário que, na semana passada, integrantes do G7 chegaram a sugerir que os governadores fossem à CPI da Pandemia na condição de convidados. A CNN apurou que alguns deles já teriam se colocado à disposição do colegiado. Caso, por exemplo, de Wellington Dias, governador do Piauí e que coordena a temática da Covid-19 no Fórum dos Governadores. 

    O movimento, no entanto, naufragou. Nesta terça-feira (25), a cúpula da CPI da Pandemia fechou uma lista com dez governadores e sete prefeitos, que teriam sido alvos de operações da Polícia Federal por conta de eventuais malfeitos em suas gestões da pandemia.