Congresso mantém veto de Lula que desobriga Planalto a cumprir calendário de pagamento de emendas

No ano passado, parlamentares determinaram que repasse de R$ 14,5 bilhões fosse feito até 30 de junho deste ano; trecho, porém, foi vetado e criou embate com o Legislativo
Mayara da Paz e Rebeca Borges, da CNN, Brasília
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional destinada à deliberação dos vetos de nºs 46 de 2021; 30 e 65 de 2022; 9, 14 (dispositivos 1 a 3, 5 a 53, 55 a 58, 61 a 64, 66, 67, 109 a 114, 116, 119 a 315, 317, 319 a 390 e 393 a 397), 18, 26 (dispositivos 3 e 5 a 10), 36 (dispositivo 3), 39, 41, 45 (dispositivo 10), 46 (dispositivos 1 a 3, 6, 8 a 12 e 14), 47 (dispositivos 9 a 17) e 48 de 2023; e 1, 4 (dispositivo 64) e 8 de 2024; PLNs nos. 1, 2 e 5 a 11 de 2024; e eleição complementar do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional. Mesa: líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP); presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); secretário-geral da Mesa do Senado Federal, Gustavo A. Sabóia Vieira. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Sessão, comandada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manteve veto  • 28/05/2024 - Jefferson Rudy/Agência Senado
Compartilhar matéria

O Congresso manteve, nesta terça-feira (28), o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que desobriga o Planalto a cumprir o cronograma de pagamento de emendas parlamentares.

No ano passado, ao aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputados e senadores determinaram que o repasse dos recursos fosse feito até 30 de junho deste ano. O trecho, porém, foi vetado por Lula, o que irritou os parlamentares e criou um ruído entre Executivo e Legislativo.

As emendas contam com uma reserva no Orçamento federal para ser aplicado nas bases eleitorais dos parlamentares, conforme indicação dos deputados e dos senadores.

As emendas individuais e de bancada são impositivas, ou seja, o governo tem a obrigação de repassar os recursos aos parlamentares. O calendário de pagamentos, porém, é controlado pelo Executivo.

Ao votar o orçamento de 2024, os parlamentares acrescentaram um dispositivo para estabelecer um cronograma.

Após o ruído, o governo publicou um decreto com um calendário com a previsão de liberação de R$ 20,5 bilhões emendas até junho.

Até junho, os pagamentos mensais vão totalizar:

  • R$ 12,5 bilhões em emendas individuais
  • R$ 4,2 bilhões em emendas de bancada
  • R$ 3,6 bilhões em emendas de comissão

Congresso tem a palavra final sobre vetos

Quando a Câmara e o Senado aprovam uma proposta, o texto é encaminhado à Presidência da República, que analisa se ele pode se tornar lei para que, então, passe a ter vigência.

Cabe ao presidente da República sancionar ou vetar uma proposta de forma integral ou apenas sancionar uma parte e rejeitar as demais.

O veto presidencial, porém, precisa ser analisado pelo Congresso durante uma sessão conjunta. Nela, deputados e senadores decidem se derrubam ou se mantêm o veto do governo.

Após a decisão do Parlamento, os dispositivos mantidos ou vetados são promulgados.