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    Comissão do Senado aprova apuração sobre garimpo ilegal em terra Ianomâmi

    Diligência da Comissão de Direitos Humanos do Senado em Roraima está prevista para o próximo dia 12

    Paula Martinida CNN , no Rio de Janeiro

    A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou um requerimento que prevê a realização de diligências externas para apurar denúncias sobre o avanço do garimpo ilegal no território Ianomâmi em Roraima. O pedido é de autoria do senador Humberto Costa e recebeu o aval da comissão nesta segunda-feira (2). A visita dos senadores está prevista para o dia 12 de maio.

    No texto, o senador cita o relatório “Yanomami sob ataque”, divulgado pela Hutukara Associação Yanomami, que estima haver 20 mil garimpeiros explorando ilegalmente a região, e as denúncias feitas por lideranças indígenas de que garimpeiros estupraram e mataram uma criança de 12 anos na comunidade de Aracaçá, em Amajarí, no norte de Roraima.

    De acordo com Humberto Costa, o principal objetivo é ouvir autoridades locais sobre o andamento das investigações. “Nós fizemos uma audiência pública com participação de representantes da comunidade e há denúncia muito forte da invasão de garimpeiros, estimulando, inclusive, a divisão entre os próprios indígenas e a distribuição de armas para grupos a favor do garimpo. Vamos verificar in loco essas denúncias e cobrar o que está sendo feito para proteger os Ianomâmi”, disse à CNN.

    Na última semana, o Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY) denunciou a morte de uma menina indígena de 12 anos, que teria sido estuprada por garimpeiros. O crime teria ocorrido na região de Waikás, em Roraima, uma das áreas afetadas pelo garimpo ilegal. Uma criança de 4 anos também teria desaparecido.

    Após as denúncias, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) foram até o local, mas encontraram a comunidade queimada e vazia. Em nota conjunta divulgada no dia 28 de abril, os órgãos informaram que não foram encontrados indícios da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito ou afogamento, mas que as diligências continuam em busca de esclarecimentos.

    Em vídeo encaminhado à CNN no dia 29 de abril, o presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami, relatou que a comunidade em Aracaçá, em Roraima, foi queimada e abandonada pela maioria de seus moradores.

    Segundo ele, o corpo da menina que foi morta na aldeia também foi queimado como parte das tradições da etnia Ianomâmi. “Alguns líderes indígenas se reuniram e analisaram as imagens da comunidade queimada e relataram que, conforme costume e tradições, após a morte de um ente querido a comunidade em que ele residia é queimada e todos vão para outro local”, informou o conselho na ocasião.

    A Terra Indígena Ianomâmi é a maior reserva do tipo no país, com mais de 10 milhões de hectares distribuídos entre os estados do Amazonas e Roraima; são mais de 28,1 mil indígenas que vivem na região.

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