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    Comissão de Ética não vê fraude em quarentena do ex-comandante da Marinha

    Investigação havia sido reaberta diante de denúncia de que Almir Garnier estaria recebendo benefício previsto em lei, sem ter direito

    Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil
    Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil Marcello Casal Jr / Agência Brasil

    Leonardo Ribbeiroda CNN

    Brasília

    A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República concluiu a investigação sobre suposta fraude no processo de quarentena remunerada do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. O parecer é de que não há nada de errado.

    Por lei, a pessoa que deixa algum cargo estratégico dentro do governo tem direito a receber salário nos seis meses seguintes, caso receba proposta de trabalho que configure conflito de interesse.

    É o caso de Garnier. Ao deixar a função de comandante da Marinha, ele fez uma consulta à Comissão de Ética por ter recebido convite para ser consultor do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (SIMDE).

    Na época, a comissão reconheceu direito ao benefício. No entanto, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo mostrou documento da entidade informando que não havia feito convite algum ao ex-comandante.

    Diante disso, o processo foi reaberto na CEP, que agora, por unanimidade, reconheceu o conflito de interesses a partir da documentação juntava.

    “É possível identificar, a partir de uma sondagem ou uma proposta de trabalho, se há condição impeditiva evidente, principalmente quando se trata de empresas atuantes no setor correlato, ou quando há estreita correlação entre as atribuições do cargo público e a atividade privada pretendida pelo consulente, como no caso em questão”, escreveu a relatora, Caroline Proner.

    Garnier apresentou na defesa que “os meses utilizados para análise da comissão [do conflito de interesse], também dificultaram o processo”. Junto a isso, anexou a carta com o convite que recebeu.

    O sindicato foi questionado pela Comissão. Na resposta, o SIMDE afirmou que a consulta feita ao almirante é uma “expressão da verdade” e completou: “não houve nenhuma contratação no referido período, tendo em vista a demora em mais de 3 (três) meses para se julgar a existência de conflito de interesse, culminando ao final com a afirmação positiva quanto à existência de conflito, pelo que não se concretizou a contratação”.