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    Comandante do Exército barra nomeação de coronel que sugeriu golpe de Estado

    Jean Lawand Júnior teve o nome indicado para a Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos; decisão garante permanência dele no país

    Quartel-general do Exército Brasileiro
    Quartel-general do Exército Brasileiro Divulgação/Exército Brasileiro

    Caio JunqueiraCristiane NobertoLeonardo Ribbeiroda CNN

    Em Brasília

    Após a Polícia Federal (PF) identificar mensagens do coronel Jean Lawand Júnior pedindo por um golpe de Estado, o Comandante do Exército, general Tomás Paiva, decidiu barrar a nomeação dele para a Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos.

    O militar comunicou a decisão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro da Defesa, José Múcio, nesta sexta-feira (16).

    De acordo com relatório da Polícia Federal, Lawand enviou mensagens ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid. Nos textos, o coronel pede a Cid que Bolsonaro “dê uma ordem” às Forças Armadas para impedir que o presidente Lula assumisse o Planalto após vencer as eleições de 2022.

    A decisão de Paiva garante a permanência de Lawand no Brasil e permite que o coronel possa responder por eventuais acusações do processo judicial no país. O comandante do Exército esteve no Palácio da Alvorada no começo da tarde e apresentou a solução ao presidente da República e ao ministro da Defesa.

    Em um trecho das mensagens analisadas pelos investigadores, Jean Lawand faz um apelo:

    “Cidão (sic), pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] dê a ordem que o povo tá com ele, cara. Se os caras não cumprirem, o problema é deles. Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo. Como é que eu vou aceitar uma ordem de um General, que não recebeu, que não aceitou a ordem do Comandante. Pelo amor de Deus, Cidão (sic). Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer”.

    Em nota, sobre as trocas de mensagens entre o coronel Jean Lawand Junior e o ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que “opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força. Como Instituição de Estado, apartidária, o Exército prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais. Os fatos recentes somente ratificam e comprovam a atitude legalista do Exército de Caxias”.

    O Exército afirma ainda que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal. Na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força.” E que o coronel Lawand foi substituído na missão para a qual foi designado, para que possa esclarecer todos os fatos atinentes à situação em questão.