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    Com direito a ficar calado, hacker Walter Delgatti é esperado na CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira

    Edson Fachin, ministro do STF, autorizou que Degaltti fique em silêncio, após pedido de sua defesa, para não acontecer uma "confissão de culpa"

    Douglas Portoda CNN* , em São Paulo

    O hacker Walter Delgatti Neto é esperado, nesta quinta-feira (17), a partir das 9h, para prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro.

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou, na última quarta-feira (16), que Delgatti fique em silêncio durante sua oitiva ao colegiado.

    Fachin disse que o Supremo tem reconhecido “ser oponível às Comissões Parlamentares de Inquérito a garantia constitucional contra a autoincriminação e, consequentemente, do direito ao silêncio quanto a perguntas cujas respostas possam resultar em prejuízo dos depoentes, além do direito à assistência do advogado”.

    Sua defesa havia feito o pedido para a Suprema Corte usando como argumento a possibilidade de “constrangimento ilegal”. Os advogados do hacker também tinham solicitado que ele não viesse “a sofrer qualquer ameaça” no depoimento.

    VÍDEO – Base de Lula planeja perguntar sobre urnas a hacker na CPMI do 8/1

    Depoimento à PF

    Delgatti prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF), na quarta-feira (16), sobre a invasão e inserção de dados falsos nos sistemas de tecnologia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro deste ano, dias antes dos atos antidemocráticos.

    O hacker afirmou que a invasão foi feita a pedido da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e também que recebeu R$ 40 mil. A parlamentar nega.

    Delgatti — que ficou conhecido como “hacker da Vaza Jato” após ter acesso a mensagens da Operação Lava Jato — está preso desde o dia 2 de agosto, após uma operação da PF. Na mesma ação, também houve o cumprimento de mandados de busca nos endereços de Zambelli.

    Por que Delgatti foi chamado para depor?

    Para a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a oitiva do hacker “poderá auxiliar esta comissão a esclarecer como a deputada Carla Zambelli atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022”.

    “O depoimento nos parece fundamental para a investigação dos fatos desta Comissão de Inquérito”, concluiu.

    VÍDEO – Fachin autoriza Delgatti a ficar em silêncio na CPMI do 8/1

    Ligação com Zambelli

    A PF encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker Walter Delgatti de forma fracionada.

    “Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias no site, fazer firewall no site e ligar as minhas redes sociais ao site, que ele próprio disse que não conseguiu realizar essa tarefa. Inclusive, deveria ter tido até a devolução [do dinheiro]”, argumentou Zambelli em coletiva na Câmara dos Deputados.

    Um requerimento de convocação de Zambelli para depor na CPMI chegou a ser protocolado, mas não foi votado.

    *Com informações de Lucas Mendes

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