Com aval de Dino, Cappelli amplia protagonismo na Justiça para “proteger” pasta do PT
Exposição do homem forte do ministro chamou atenção do PT, que está em campanha aberta pelo fatiamento da pasta e a criação do Ministério da Segurança Pública
Braço direito de Flávio Dino (PSB) no Ministério da Justiça e Segurança Pública, o secretário executivo Ricardo Cappelli (PSB) assumiu o protagonismo em várias frentes de ação da área e é visto no PT como o escolhido do ministro para sua sucessão na Justiça, caso ele seja o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga de Rosa Weber no STF.
O número 2 da pasta divide os holofotes com o chefe, que incentiva esse movimento.
O secretário executivo intensificou as publicações nas redes sociais com imagens de ações da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional, publicou cards com mensagens contra o crime e abriu sua agenda para entrevistas em diversas plataformas.
A exposição do homem forte de Dino chamou atenção do PT, que está em campanha aberta pelo fatiamento da pasta e a criação do Ministério da Segurança Pública.
Em conversas reservadas, aliados de Dino dizem que a movimentação de Cappelli é uma forma de “proteger” o ministério do assédio dos petistas e reforçar a narrativa contrária à divisão da pasta.
Flávio Dino tem dito que a mudança não faz sentido e que gasta 90% do seu tempo com ações relacionadas à segurança pública.
A CNN apurou que o ministro havia ouvido de Lula em setembro que a tese do desmembramento estava descartada, mas uma declaração recente do presidente após os ataques das milícias no Rio de Janeiro ventilando a criação do Ministério da Segurança Pública surpreendeu Dino e deu munição ao PT.
Ex-presidente da UNE, Cappelli tornou-se o braço direito de Dino quando ambos estavam no PCdoB no fim dos anos 90.
Um dos argumentos usados pelo PT para criticar a possível escolha do secretário executivo como sucessor de Dino caso o pessedista vá para o STF é a falta de uma formação jurídica adequada.
Quando questionado sobre isso, Cappelli, que é formado em jornalismo, lembra que o presidente Lula foi alvo de críticas semelhantes quando disputou a Presidência e ressalta que têm especialização em administração pública pela FGV.
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