Com anúncio, governo tenta frear movimento ‘social’ do Congresso
Anúncio não ocorreu junto com o que seria o normal, a assinatura dele, seja da MP, seja da sanção ao PL



O anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro no início da tarde desta quarta-feira teve como um dos objetivos frear o movimento crescente no Congresso Nacional de aprovar medidas sociais diante da demora do governo em viabilizar algumas delas, como a sanção do projeto do coronavoucher e a Medida Provisória que suspende os contratos de trabalho.
Tanto é assim que o anúncio não ocorreu junto com o que seria o normal, a assinatura dele, seja da MP, seja da sanção ao PL. Bolsonaro apenas disse que as medidas sairão “entre hoje e amanhã”. Frisou o tamanho do pacote, deu a palavra ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e logo saiu em retirada.
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Trata-se de um movimento para frear outro, crescente no Congresso, de avançar no debate sobre medidas sociais até como forma de pressionar o governo a tomar logo as decisões que lhe cabe sobre elas.
No caso do emprego, três propostas estão colocadas na mesa. A do líder do DEM, Efraim Filho, outro do líder do PDT, André Figueiredo, e mais uma do deputado José Guimarães. Todas elas relacionadas à MP do contrato de trabalho, anunciada há mais de uma semana pelo governo.
O gesto do presidente e a própria movimentação do governo deixam claro que por trás das iniciativas dos dois poderes, há uma disputa pela paternidade das medidas sociais implementadas em reação ao coronavírus no Brasil.