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    Ciro Nogueira cobra deputados do PP que serão relatores do marco fiscal e da reforma tributária

    Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Cláudio Cajado (PP-BA) ficaram com a relatoria dos projetos na Câmara; ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro e presidente do PP citou os dois nominalmente na convenção do partido em Brasília

    Gabriel Hirabahasida CNN , Em Brasília

    Presidente do Progressistas (PP) e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PI) cobrou, nesta terça-feira (25), os relatores do novo marco fiscal e da reforma tributária, Cláudio Cajado (BA) e Aguinaldo Ribeiro (PB).

    Ambos são filiados ao PP e estão encarregados de discutir e negociar as duas propostas, tidas como prioridades da agenda econômica neste primeiro semestre.

    Apesar de ressaltar que os dois são “livres” para elaborar seus próprios textos, Ciro disse que o partido não aceitará qualquer retrocesso na Lei de Responsabilidade Fiscal que possa vir com o novo marco fiscal e nem aumentos de impostos com a reforma tributária.

    Aguinaldo Ribeiro e Cláudio Cajado são os relatores da reforma tributária e do novo marco fiscal, respectivamente. A cobrança foi feita durante convenção nacional do PP em Brasília. Ambos estavam presentes no local.

    “Como presidente do Progressistas, coloco aos dois deputados do nosso partido a seguinte reflexão. Ao deputado Claudio Cajado, quero dizer, em nome do presidente do Progressistas, que a Lei de Responsabilidade Fiscal é uma conquista de todos os brasileiros e nós não iremos admitir um retrocesso nessa questão”, afirmou Ciro sobre o novo marco fiscal.

    “Temos que pensar num país que tenha responsabilidade fiscal, porque se isso não acontecer quem vai sofrer é a população mais pobre com a inflação, como aconteceu no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. E vocês viram que fim… não queremos que isso aconteça ao nosso país”, completou.

    Ao relator da reforma tributária, o presidente do PP foi enfático ao dizer que o partido não apoiará, “em hipótese nenhuma”, qualquer aumento de impostos que possam vir com a reforma.

    “Ao deputado Aguinaldo, quero dizer que existe uma expectativa enorme para que a gente tenha um sistema tributário mais racional, mais fácil, mais barato de ser arrecadado, e um custo menor ao contribuinte ao fazer a sua arrecadação. Mas em hipótese nenhuma iremos concordar com aumento de impostos no nosso país, em hipótese nenhuma”, reforçou o senador.

    O evento do Progressistas teve a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); dos líderes do partido na Câmara e no Senado, André Fufuca (MA) e Tereza Cristina (MS), respectivamente; além de diversos parlamentares, ex-ministros e outros filiados à legenda.

    Lira: Congresso não permitirá “retrocessos”

    Em resposta às declarações de Ciro Nogueira, que é um dos líderes da oposição ao governo Lula no Senado, o presidente da Câmara, Arthur Lira, defendeu que a Casa não permitirá “retrocessos” na legislação atual e que o Congresso fará “ajustes” nos textos enviados pelo governo federal.

    Lira é apontado como avalista para a indicação de Cajado como relator do novo marco fiscal e tem buscado uma relação de aproximação com o Palácio do Planalto, apesar de ter sido um dos mais importantes aliados do governo Bolsonaro até o ano passado.

    “Este Congresso, como disse todos aqui que falaram e eu presenciei, não permitirá retrocessos. Nós estamos para ajudar nas pautas que acrescentarão para o país. Uma discussão justa, correta, do arcabouço fiscal em uma nova regra de ajuste de responsabilidade será feita pelo Congresso Nacional”, declarou.

    Lira disse que “as modificações [no texto do novo marco fiscal] aparecerão, serão discutidas com transparência, porque se assim não fosse, seria um decreto presidencial”.

    “Eu penso que sairá um texto justo para um país que urge e clama por liberdade, por crescimento, por investimento, por diminuição das desigualdades sociais, mais tratamento social, sempre observando as responsabilidades. Nós não podemos e não iremos gastar mais do que arrecadamos. Essa sempre será a máxima que o partido sempre defendeu e que nós sempre defenderemos”, disse.

    Recados de aliança com o governo

    O objetivo da convenção foi reeleger Ciro Nogueira como presidente nacional do partido. Os integrantes da legenda, porém, aproveitaram a ocasião para demarcarem posições e dar recados sobre o posicionamento político da sigla perante o governo Lula (PT).

    O relator do novo marco fiscal, Cláudio Cajado, por exemplo, disse que o partido não é “contra nenhum governo”. Ao longo dos anos, o PP (ou Progressistas) esteve ao lado dos governos das mais diversas matizes ideológicas, desde Fernando Henrique Cardoso (PSDB), passando por Lula e Dilma (PT) e também por Bolsonaro (PL).

    “Nós não somos contra nenhum governo, somos sim a favor do país e do povo brasileiro. O que for bom para o país votaremos sempre a favor. O que não for, faremos modificações, aperfeiçoamentos”, disse o deputado.

    Líder do partido na Câmara, o deputado André Fufuca seguiu o mesmo discurso e ressaltou o apoio da legenda a bandeiras históricas de governos petistas, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Fufuca defendeu que a ideologia do Progressistas é “o bem-estar do brasileiro”.

    “Fico surpreso quando vejo alguns da imprensa, de fora do nosso partido, argumentarem que o PP apoiou o PT, o presidente Bolsonaro, o presidente FHC. Qual a ideologia do Progressistas? Todas as vezes que apoiamos os governos nós sempre apoiamos as grandes causas. A criação do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, as causas para ajudar quem mais precisa”, afirmou.

    “Se você me pergunta qual a ideologia do PP, não vou me amarrar para dizer que é de direita ou de esquerda. A principal ideologia do partido é o bem-estar dos brasileiros”, reforçou.

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