Cinco filhos e enteada de Bolsonaro tinham crachá de acesso ao Planalto
Sigilo de 100 anos sobre documento foi revogado por Lula
Os cinco filhos e uma enteada do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham crachá de acesso ao Palácio do Planalto, revela documento obtido pela CNN via Lei de Acesso à Informação. Os dados foram colocados sob sigilo de 100 anos na gestão do ex-presidente.
O atual governo revogou o sigilo e disponibilizou os dados. Os filhos políticos de Bolsonaro, o senador Flávio (PL-RJ), o deputado federal Eduardo (PL-SP) e o vereador carioca Carlos (Republicanos) tiveram seus crachás emitidos no dia 13 de abril de 2020. Todos os documentos perderam a validade no último dia de governo, em 31 de dezembro de 2022.
O sigilo dos 100 anos sobre os crachás dos filhos do ex-presidente foi reportado em julho de 2021 em reportagem da revista “Crusoé”, e foi um dos vários casos em que o expediente foi usado pelo governo Bolsonaro. Na semana passada, a Controladoria-Geral da União informou que 234 casos em que houve negativa de acesso à informação serão analisados.
A planilha disponibilizada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República revela que Jair Renan foi o primeiro dos filhos de Bolsonaro a receber um crachá para entrar na sede administrativa do governo federal, emitido no dia 8 de abril de 2019. A filha mais nova e a enteada do ex-presidente receberam o documento no mesmo mês.
A CNN solicitou ao GSI informações sobre os crachás de acesso ao Planalto odos os filhos de presidentes desde 2003. Na resposta, o Gabinete explicou que o atual sistema só foi implementado em 2016 – portanto, o período compreendido entre os dois primeiros governos de Lula e boa parte do tempo em que Dilma Rousseff foi presidente não tinha o sistema de crachás.
“Não houve emissão de cartões de identificação para filhos da ex-Presidente Dilma Rousseff (2º mandato) e do ex-Presidente Michel Temer”, informou o GSI.
A CNN procurou o ex-presidente e os filhos e aguarda um retorono.
