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    Cid: Bolsonaro autorizou venda de joias para cobrir despesas pós-mandato

    Segundo tenente-coronel, o ex-presidente disse: "Pô, bicho, vamos tentar vender isso aqui"

    Alice Grothda CNN , Brasíila

    Em sua delação premiada à Polícia Federal (PF), em agosto de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou a venda dos kits de joias recebidos como presente da Arábia Saudita.

    Segundo Cid, Bolsonaro pediu que fossem verificados quais dos seus presentes tinham valor.

    O militar relatou que o ex-presidente vinha reclamando sistematicamente de despesas que teria após deixar o mandato.

    “Ele estava reclamando de multas que ele recebia pelo não uso de máscaras, não uso de capacetes, os gastos com ações judiciais como o da Maria do Rosário. […] E aí ele pediu para verificar quais seriam os presentes dele que poderiam ter algum valor, então a maneira mais fácil de quantificar seriam relógios”, relatou.

    “Eu fiz um levantamento e o Rolex estava entre eles. Apresentei essa lista e ele falou ‘pô, bicho, vamos tentar vender isso aqui’”, continuou Mauro Cid.

    Diante da declaração, o a agente que conduzia o interrogatório questionou: “Então ele deu a ordem expressa para o senhor vender o Rolex?”

    Cid, então, sinaliza positivamente com a cabeça e responde: “Isso”.

    O agente insistiu e perguntou novamente se Bolsonaro havia autorizado a venda. Cid confirma e complementa: “O Rolex e os outros apetrechos que compõem o kit”.

    O ex-ajudante de ordens também afirmou que alertou Bolsonaro sobre a possível repercussão midiática da venda, ao que o ex-presidente teria respondido: “Vê lá quanto é que dá isso aí”.

    O militar garantiu que apenas ele e Jair Bolsonaro sabiam do esquema de venda das joias.

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