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    Chefe da PF foi demitido pelo telefone e avalia se aceita novo cargo, dizem interlocutores do ex-diretor

    Um dos fatores aventados para sua demissão foi sua relação com ministros do Supremo Tribunal Federal; Paulo Maiurino foi chefe da segurança da Corte de outubro de 2019 a setembro de 2020

    Paulo Gustavo Maiurino, à frente, de gravata azul, não é mais diretor-geral da Polícia Federal
    Paulo Gustavo Maiurino, à frente, de gravata azul, não é mais diretor-geral da Polícia Federal Foto: Alesp

    Caio Junqueira

    O ministro da Justiça, Anderson Torres, demitiu o chefe da Polícia Federal, Paulo Maiurino, pelo telefone, segundo interlocutores próximo ao agora ex-diretor.

    A conversa, segundo as fontes, ocorreu no início da tarde desta sexta-feira. Antes, porém, Torres mandou seu chefe de gabinete para informar pessoalmente da decisão.

    Maiurino estava em São Paulo realizando exames médicos, pois vinha apresentando pressão alta. Ele recebeu o assessor de Torres por volta das 12h para uma conversa na qual lhe foi informado que seria demitido.

    Foi durante o encontro que recebeu a ligação do ministro, que o demitiu.

    Segundo relatos, a conversa durou cerca de 10 minutos e o ministro lhe informou que tentou segurá-lo no cargo, mas que não houve como mantê-lo. Frisou, porém, que a decisão não tinha relação com o presidente Jair Bolsonaro.

    Maiurino ainda não decidiu se aceitará o novo posto oferecido por Anderson Torres, na Secretaria Nacional de Política sobre Drogas. A tendência é de que aceite. Nas horas que se seguiram a demissão, avaliou quais seriam possíveis motivos.

    Um dos fatores aventados foi sua relação com ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele foi chefe da segurança da Corte de outubro de 2019 a setembro de 2020.

    Mas no final da tarde, ele recebeu a informação por um interlocutor de que sua liderança na articulação pelo reajuste salarial de policiais federais fez com que virasse alvo da equipe econômica e de integrantes de outras áreas do governo, uma vez que a mobilização acabou por colocar o presidente Jair Bolsonaro em rota de colisão com o funcionalismo público.

    A CNN procurou o ministro da Justiça, mas ele não se manifestou. Os dois devem conversar pessoalmente em Brasília após o feriado de Carnaval.