Chanceleres de Venezuela e Guiana vão ser reunir em Brasília para discutir Essequibo
Interlocutores do Planalto afirmam que, apesar de a conversa ocorrer em meio a tensão e ameaças de confronto, a reunião terá pauta ampla


O chanceleres da Venezuela e da Guiana vão se reunir na próxima quinta-feira (25) em Brasília. Um dos assuntos na mesa é a disputa pelo território de Essequibo.
Segundo apurou a CNN, encontro terá o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, como facilitador do diálogo.
A Venezuela voltou a reivindicar o território de Essequibo, na fronteira entre os dois países, após a descoberta de uma reserva com potencial para produção de cerca de 11 bilhões de barris de petróleo e gás offshore.
Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam que, apesar de a conversa ocorrer em meio a tensão e ameaças de confronto, a reunião terá pauta ampla.
Em nota, o governo brasileiro disse “valorizar o compromisso da Guiana e da Venezuela com o processo de diálogo ora em curso, facilitado por atores e mecanismos regionais”. “Ressalta ainda o espírito de integração que move os países da América Latina e do Caribe com vistas a consolidar a região como uma zona de paz, cooperação e solidariedade”, completa a nota distribuída pelo Itamaraty.
Em 14 de dezembro, os presidentes de Guiana, Irfaan Ali, e Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram em evitar a escalada do conflito pela região de Essequibo, conforme anunciado em declaração conjunta após reunião em São Vicente e Granadinas.
Na ocasião, os líderes acertaram que se reuniriam novamente no Brasil em três meses, “ou em outro momento acordado”.
Desde os primeiros impasses, o Brasil se colocou como um interlocutor entre Guiana e Venezuela.
No comunicado divulgado hoje, o governo mencionou que a reunião foi “estabelecida pela Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz entre Guiana e Venezuela, adotada em 14 de dezembro passado”.
O encontro terá a participação, além de Mauro Vieira, de representantes dos governos de São Vicente e Granadinas e de Dominica, “que atuam como interlocutores principais no processo”. Na condição de observador, também estará presente um representante da Organização das Nações Unidas (ONU).