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    Centrão rejeita nomes do PT e indica aliados para Conselho da Petrobras

    Na noite de segunda-feira (27), foram remetidos quatro nomes para a estatal

    Em pronunciamento, à bancada, senador Jean Paul Prates (PT-RN).
    Em pronunciamento, à bancada, senador Jean Paul Prates (PT-RN). Roque de Sá/Agência Senado

    Caio Junqueirada CNN

    O Centrão rejeitou os nomes sugeridos pelo PT para ocupar o Conselho de Administração da Petrobras e acabou fazendo a indicação de seus aliados para ocupar o colegiado.

    Na noite de segunda-feira (27), foram remetidos a estatal quatro nomes: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do Conselho de Administração, Carlos Eduardo Turchetto Santos, Vitor Eduardo de Almeida Saback e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro. Segundo fontes do governo, suas conexões políticas são com o União Brasil e com o PSD.

    Com isso, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, do PT, acabou vendo os nomes que ele desejava serem preteridos, como o presidente da Fiesp, Josué Gomes, e o economista Eduardo Moreira.

    O incômodo do PT com as nomeações foi traduzido na nota da Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada ao partido e próxima a Jean Paul Prates. A entidade divulgou uma nota criticando os nomes indicados.

    Nela diz que os nomes são ligados ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e são ligados ao “bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor de privatizações”.

    Também dizem que “caso seja aprovado, esse novo CA imponha obstáculos para o cumprimento de programa de governo do presidente Lula, que inclui mudanças na política de preços de combustíveis, na sistemática de dividendos da Petrobrás e fim das privatizações na companhia”.

    O episódio é mais um que reflete a indisposição do Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira, e de seu partido, o PSD, com o Palácio do Planalto e o PT. Um dos motivos é o veto ao nome preferido de Silveira, Bruno Eustáquio, para a secretaria executiva do MME. Eustáquio é servidor de carreira, mas atuou no governo Bolsonaro como secretário executivo na Infraestrutura e também em Minas e Energia, o que motiva o veto petista.

    Além disso, há incômodo no PSD com o fato de o PT ter dominado outros postos relevantes da área energética, como a Petrobras, e também dificultado que o partido indique nomes para diretorias de Itaipu.

    Em razão disso, os nomes podem ser questionados nos comitês internos da estatal. Pietro Mendes por exemplo é secretário de Petróleo e Gás do ministério e foi secretário na pasta durante o governo Bolsonaro. Carlos Eduardo Turchetto atua em um ramo concorrente à estatal.

    Procurado, o MME informou que os nomes indicados foram de comum acordo com o governo.

    Os nomes precisam ser aprovados pelos acionistas em assembleia agendada para quarta-feira (1º). Há onze integrantes do conselho, sendo que a União tem direito a oito vagas.