Centrão, Maia e militares se unem contra Weintraub
A iminência do vazamento do vídeo da reunião ministerial em que Weintraub teria xingado o STF tornaria sua permanência difícil, avaliam militares
Por motivos distintos, militares, Centrão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estão unidos nos bastidores para tirar do cargo o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Os militares avaliam que a iminência da remessa do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril e do seu possível vazamento, em que Weintraub teria xingado o Supremo Tribunal Federal, pode tornar a permanência dele insustentável no cargo. Além de acirrar o tensionamento do Palácio do Planalto com a corte, intensificada nos últimos dias.
Já o Centrão pediu ao presidente Jair Bolsonaro a nomeação de um aliado do senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE.
O órgão é praticamente um “banco” do Ministério da Educação, com Orçamento para este ano na casa de 54 bilhões de reais.
Por sua vez, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é um desafeto antigo de Weintraub e desde o ano passado pede sua saída do cargo. Nos últimos dias, ele vem se reaproximando do Planalto. Encontrou-se nesta semana com os ministros-generais Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). A conversa foi a portas fechadas, mas não é de hoje que Maia pede a cabeça de Weintraub.
A situação de Weintraub já é delicada desde o ano passado, mas ele tem conseguido se sustentar no cardo devido ao apoio dos bolsonaristas, especialmente das redes sociais. O ministro é considerado um integrante da chamada ala ideológica do governo, que tem no escritor Olavo de Carvalho um guru político. Tanto que já foi dado um recado aos militares do Planalto: se Weintraub cair, a reação nas redes sociais será grande.
O ministro se encontrou com Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, mas sua situação no cargo segue indefinida.