Celso prorroga novamente apuração de suposta interferência de Bolsonaro na PF
No dia 8 de junho, o ministro já havia autorizado a prorrogação por mais 30 dias da investigação


O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (1º) prorrogar novamente por mais 30 dias o inquérito que investiga as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente no comando da Polícia Federal.
“Concedo, por mais 30 (trinta) dias, a dilação de prazo ora postulada pela ilustre autoridade policial federal, para efeito de realização de diligências investigatórias ainda pendentes (ou que se façam eventualmente necessárias) quanto ao inquérito policial em referência, considerada a iminência do encerramento do prazo anteriormente deferido. A prorrogação que venho de conceder terá início a partir do dia em que se encerrar o prazo que ora se acha em curso. Comunique-se à douta Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal. Publique-se. Brasília, 01 de julho de 2020.”
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No dia 8 de junho, o ministro já havia autorizado a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal.
O pedido tinha sido feito pela delegada da Polícia Federal que conduz o inquérito, Christiane Correa Machado, e contou com parecer favorável do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Depoimento por escrito
No dia 28 de junho, Celso de Mello pediu que a Procuradoria-geral da República se manifestasse sobre o depoimento de Jair Bolsonaro no inquérito que apura se o presidente tentou interferir politicamente em investigações da Polícia Federal. A PF informou ao ministro que precisa ouvir o presidente nos próximos dias.
Celso de Mello já afirmou que autoridades investigadas não têm prerrogativa de marcar data ou depor por escrito, mas o procurador-geral da república, Augusto Aras, pode defender que o depoimento seja por escrito.