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    “Caso seja preciso, acionarei o CNJ”, diz Ciro Gomes após operação da PF

    À CNN, o ex-governador do Ceará falou sobre a investigação em torno de suposta propina na reforma do Castelão, em Fortaleza

    Anna Gabriela CostaElis Francoda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (15), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) falou sobre a operação da Polícia Federal contra ele e seu irmão, Cid Gomes (PDT-CE). Nesta manhã, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em suas residências, em ação que apura supostas fraudes e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos durante o processo de licitação das obras da Arena Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013.

    Ciro Gomes, que atualmente é pré-candidato à Presidência da República em 2022 pelo PDT, afirmou que considera a operação “uma aberração”, uma vez que a medida cautelar (busca e apreensão) não deveria ser implementada 10 anos após o suposto ocorrido.

    Segundo Ciro, a delação premiada apresentada em 2017 – feita por um diretor da empresa que ganhou a licitação – não menciona “em nenhum momento” que ele teria recebido ou pedido qualquer tipo de propina, ou vantagem.

    “Qual é o sentido de fazer busca e apreensão sobre uma figura pública, candidato à Presidência da República, por fatos que teriam ocorrido em 2012? Ninguém faz busca e apreensão nessa condição, portanto, está muito flagrante a aberração que aconteceu, mas vou reagir com toda a força contra esses que produziram esse factoide”, disse.

    À CNN, Ciro Gomes afirmou que pretende entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) caso o “erro” não seja reparado.

    “Determinei que eles [advogados] fizessem uma petição ao juiz federal do Ceará, para que ele, percebendo que cometeu um erro – ao qual foi induzido pelo delegado da Polícia Federal – se ele volta atrás, ele estará fazendo justiça, se ele não voltar atrás, também contra ele eu vou representar no Conselho Nacional de Justiça”, afirmou.

    Ciro disse que também pretende representar contra o delegado de Polícia Federal, que, segundo ele, “troca todos os fatos, faz um relatório absolutamente arbitrário e calunioso”.

    Não sou citado por nenhum delator, que não teria nenhuma prova escondida, 12 anos depois, que justificasse a medida cautelar, e por ser um homem público, a lesão à minha imagem, são 40 anos de vida pública”, completou.

    Operação Colosseum

    A Polícia Federal investiga um possível pagamento de R$ 11 milhões em propinas, com notas fiscais fraudulentas emitidas por empresas fantasmas.

    Durante o processo de busca e apreensão, foram recolhidos materiais para análise e está sendo feito a avaliação do fluxo financeiro dos suspeitos, disse a PF.

    No total, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. No estado do Ceará, além da capital, a operação, chamada de Colosseum, atinge as cidades de Meruoca e Juazeiro do Norte, e se estende também por São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA).

    As investigações tiveram início no ano de 2017. Segundo a PF, existe a possibilidade de uma empresa ter vencido o processo licitatório da Arena Castelão com a condição de pagar propina a funcionários públicos.

    Lula x Alckmin

    O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira (15) sua saída do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) após mais de 33 anos na sigla. O ex-governador não afirmou se irá se filiar a um novo partido.

    Entretanto, tem se discutido nos últimos dias uma possível chapa para a Presidência da República de Alckmin com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Ele ainda não disse o que irá fazer, vejo uma contradição profunda, que eu já falei para ele. O Lula só tem a ganhar fazendo com que Alckmin vire lulista após anos de antagonismo, eles fizeram durante quase 30 anos o povo brasileiro acreditar que só havia dois lados. Eles se juntarem agora pode ser visto, apesar de ter respeito, eu vejo uma contradição grave”, disse Ciro à CNN.

    Sergio Moro

    Nesta terça-feira (14), a pesquisa Ipec para as eleições presidenciais de 2022, mostrou Ciro Gomes e Sergio Moro com 5% e 6% de intenção de votos, respectivamente. Lula e Bolsonaro lideraram a pesquisa com 48% e 21%.

    Para Ciro, o cenário não o assusta, pois a pesquisa “é o retrato de um momento”, e diz ver os resultados com “tranquilidade”. Entretanto, ele criticou a presença de Sergio Moro na corrida eleitoral para Presidência em 2022.

    “O que eu considero da presença de Sergio Moro é uma aberração. Como ele entra no processo eleitoral logo como candidato à Presidência? Ele não é candidato a prefeito de Curitiba ou a prefeito de Ponta Grossa, ele é candidato à Presidência da República do Brasil”, disse.

    “Um país de 210 milhões de habitantes, com 14 milhões de desempregados, com 41 de cada 100 pessoas empurradas para a informalidade, com uma moeda que se desvaloriza, inflação, milhões de alunos perdendo o ano. E o Sergio Moro com zero experiência vem de onde?”, acrescentou.

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