Caso Moraes: defesa dos acusados de agressão diz que espera investigação isenta
Representante deve tentar explicar que caso não teria passado de um "encontro infeliz", ou, no máximo, "crime contra a honra"
O advogado que defende os acusados de agressão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse a Raquel Landim, âncora da CNN, que espera uma investigação “isenta” e que não vê nenhuma relação entre o episódio e os atos golpistas de 8 de janeiro.
Ralph Tórtima representa Roberto Mantovani Filho, Andrea Mantovani, Alex Zanatta — genro do casal — e Giovanni Mantonvani — filho de Roberto e Andrea. Estava marcada para esta segunda-feira (17) uma reunião com o casal para prepará-los para um depoimento nesta terça-feira (18).
Ainda conforme pontuou a Raquel Landim, ele espera que as imagens demonstrem que os clientes não teriam sido os primeiros a começar a confusão, e que Moraes já estaria sendo xingado por outras pessoas no aeroporto.
O momento de maior tensão teria tido início, ainda na versão da defesa, quando uma mulher que estava com o magistrado reagiu e começou a discutir com Andrea Mantovani.
A estratégia da defesa é explicar que o caso não passou de um “encontro infeliz”, ou, no máximo, “crime contra a honra”, que é grave, mas não é diferente no caso de um ministro do STF. Além disso, deve rechaçar qualquer relação com possível crime de abolição ao Estado Democrático de Direito — mais grave.
Entenda o caso
Alexandre de Moraes foi alvo de xingamentos na sexta-feira (14) no aeroporto internacional de Roma. O magistrado estava acompanhado da família. Um dos envolvidos teria agredido fisicamente o filho do ministro.
Os insultos começaram quando o magistrado teria sido confrontado por um grupo de brasileiros por volta das 18h45 no horário local, segundo fontes da PF.
Uma mulher teria hostilizado Moraes, chamando-o de “bandido, comunista e comprado”. Outro deu coro aos insultos e, logo depois, chegou a agredir fisicamente o filho do ministro. O terceiro homem juntou-se aos dois agressores, proferindo palavras ofensivas.
Moraes retornava da Universidade de Siena, onde havia ministrado uma palestra no Fórum Internacional de Direito. Os três envolvidos serão investigados em inquérito por crimes contra honra e ameaça.
Segundo Ralph Tórtima, eles voltavam de uma viagem familiar e estavam no aeroporto de Roma procurando uma sala VIP no local.
Neste momento, Roberto teria avistado Moraes entrando nessa sala. De acordo com o advogado, a partir de relatos prestados pelos suspeitos, o magistrado era seguido por pessoas que o hostilizavam.
Andreia teria então se envolvido em uma discussão com o grupo que acompanhava o ministro. O bate-boca teria se intensificado a partir da participação de outras pessoas que passaram a defender Moraes.
“Eles negam qualquer ofensa direcionada a Alexandre de Moraes”, declarou o advogado.
Em depoimento à Polícia Federal no domingo (16), Alex Zanatta Bignotto negou ter hostilizado Moraes ou agredido fisicamente o filho do magistrado.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN