Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Caso Marielle: Conselho de Ética da Câmara escuta irmãos Brazão nesta terça (16)

    Chiquinho e Domingos Brazão prestam depoimento ao colegiado a partir das 14h

    Rebeca Borgesda CNN Brasília

    Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, investigados pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, prestam depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16).

    As oitivas estão agendadas para as 14h e fazem parte da investigação que pode cassar o mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Ele foi denunciado ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar devido ao suposto envolvimento com o assassinato de Marielle.

    Chiquinho é deputado federal e Domingos é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Ao lado de Rivaldo Barbosa, delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, eles são acusados de serem os mandantes do crime.

    Os depoimentos devem ser realizados por videoconferência, já que ambos estão detidos. Chiquinho está na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e Domingos está na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

    As oitivas dos irmãos Brazão foram solicitadas pela defesa de Chiquinho para a construção do relatório da deputada Jack Rocha (PT-ES) sobre a investigação. Ela é a relatora do caso e deve divulgar parecer em agosto, após o recesso parlamentar.

    Além das oitivas de Chiquinho e Domingos, estão previstas para esta terça-feira os depoimentos das seguintes testemunhas:

    • Thiago Kwiatkowski Ribeiro, conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro;
    • Carlos Alberto Lavrado Cupello, ex-deputado estadual; e
    • Daniel Freitas Rosa, delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

    Rivaldo nega envolvimento com irmãos Brazão

    Na segunda-feira (15), o Conselho de Ética ouviu o depoimento do delegado Rivaldo Barbosa. Ele negou envolvimento com os irmãos Brazão e afirmou que é inocente.

    “Quero deixar uma coisa clara aqui. Desde o dia 31 de maio de 1969, o dia que eu nasci, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Algo profissional, político, religioso ou de lazer. Eu nunca falei com essas pessoas na minha vida. Eu não existo para eles e eles não existem para mim. Eu nunca na minha vida falei com essas pessoas”, afirmou Rivaldo.

    De acordo com as investigações, Rivaldo foi responsável por indicar o delegado Giniton Lages para a apuração do caso Marielle na Polícia Civil do Rio de Janeiro. Giniton é acusado de atrapalhar o curso das investigações para proteger os mandantes do crime. Ele e os irmãos Brazão negam ligação com o assassinato.

    “Quando [os policiais] foram na minha casa, dei meu celular, meu computador, dei tudo, dei senha. Sabe o que aconteceu? Não encontraram nenhum contato meu com esses irmãos. Eu estou aqui há quase quatro meses. E a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu o Ronnie Lessa com provas técnicas”, afirmou Rivaldo em depoimento ao Conselho de Ética.

    Barbosa disse também que lutou contra milícias no Rio de Janeiro: “A milícia hoje no Rio de Janeiro é um câncer, um mal, uma coisa muito horrível que faz com que mortes aconteçam. Eu lutei muito contra essa milícia e hoje estou aqui em razão disso. A milícia hoje no Rio de Janeiro é um câncer que faz com que muitas pessoas sejam mortas, inclusive a vereadora Marielle e o motorista Anderson”, afirmou.

    Próximos passos

    Após a realização das oitivas, a relatora Jack Rocha deverá divulgar um parecer sobre as investigações. O relatório será votado pelo Conselho de Ética.

    Se o resultado for pela suspensão ou perda do mandato, caberá ao plenário da Câmara chancelar a decisão do Conselho de Ética. Para que o mandato seja cassado, são necessários ao menos 257 votos favoráveis em plenário.

    Tópicos