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    Caso Marielle: anúncio de Lewandowski causa incômodo na PGR

    A vereadora Marielle Franco (PSOL) durante discurso na Câmara do Rio de Janeiro em junho de 2017
    A vereadora Marielle Franco (PSOL) durante discurso na Câmara do Rio de Janeiro em junho de 2017 Renan Olaz/CMRJ

    Tainá FalcãoTeo Curyda CNN

    Brasília

    O anúncio feito pelo ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, de que a delação premiada de Ronnie Lessa foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) incomodou integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    O próprio procurador-geral, Paulo Gonet, teria demonstrado insatisfação com o anúncio feito de maneira inédita pelo ministro, sendo seus interlocutores.

    Aliados de Gonet avaliaram reservadamente à reportagem o movimento como sendo “precipitado” e “inadequado”. A investigação tramita sob sigilo. A avaliação de parte dessas fontes é a de que o anúncio foi um erro estratégico, tanto na questão técnica como jurídica.

    Integrantes da cúpula do MPF acreditam que não era o caso de o anúncio ser feito. Parte deles vê politização e argumenta que isso pode comprometer a produção de novas provas.

    A decisão de convocar a imprensa para anunciar uma etapa considerada praxe no andamento do processo aconteceu após a reunião ministerial em que Lula abriu a palavra para Lewandowski explicar o que vem sendo feito para capturar os fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN) .

    A CNN mostrou, anteriormente, que Lula tem cobrado do ministro exposição sobre os desdobramentos do caso e, pediu, recentemente, que ele fosse à Mossoró para tomar nota sobre o andamento das buscas. Na pasta de Lewandowski, a avaliação é de que a viagem era desnecessária, já que não havia avanço no caso.

    Fontes do Ministério da Justiça e Segurança Pública rebatem a reação dos integrantes da PGR e afirmam que o anúncio foi alinhado com o próprio procurador-geral, o presidente Lula e demais autoridades.

    Lewandowski se reuniu com policiais federais que atuam no caso no Rio de Janeiro por mais de duas horas no ministério. Depois, conversou com o ministro Alexandre de Moraes no STF e, na sequência, com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

    O ministro então telefonou para o presidente Lula e para a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, de quem Marielle era irmã, para atualizá-los a respeito do avanço da investigação.