Caso das joias faz popularidade digital de Bolsonaro cair, diz levantamento
Monitoramento é feito nas plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Wikipédia e Google
A investigação da Polícia Federal sobre um esquema de extravio, venda e recompra de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está afetando sua popularidade em plataformas como Twitter, Facebook e Instagram, revelam dados obtidos pela CNN produzidos pela consultoria Quaest e pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (ECMI-FGV).
Segundo Felipe Nunes, da Quaest, o caso das joias e as menções da possibilidade de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, dê detalhes sobre a trama, resultaram numa queda significativa do IPD (Índice de Popularidade Digital), medido pela empresa. São 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Wikipédia e Google. Os resultados variam de 0 a 100 pontos.
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O índice vinha sempre acima dos 35 pontos, mesmo após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Bolsonaro inelegível. Houve estabilidade, provocada também por movimentos erráticos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deram mais destaque a Bolsonaro.
Mas a operação do dia 11 de agosto, que envolveu diretamente o ex-presidente no esquema das joias e mirou seus aliados, fez o número despencar para 23,85 pontos no dia seguinte –sem que ultrapasse os 30 pontos desde então, números mais baixos da série.
Já a ECMI-FGV mostrou que embora Bolsonaro tenha perdido seguidores no Facebook e no Instagram, o volume de novas contas em seu Twitter supera a queda nas redes vizinhas. Mas os temas mais associados ao ex-presidente em todas as redes são, desde maio, relacionados às investigações da Polícia Federal e às suspeitas sobre seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
“De janeiro a agosto, o engajamento médio de Bolsonaro em diferentes plataformas caiu consideravelmente, sobretudo, no Facebook e no Instagram, que apresentaram quedas de respectivamente 76% e 67%. Nestas redes, a tendência de queda foi praticamente constante desde o início do ano”.
O crescimento de Bolsonaro no Twitter é fruto, de acordo com a FGV, com uma busca por uma narrativa “nostálgica” com relação ao seu governo, que demonstra, apesar da queda de popularidade digital, a permanência de uma base de apoio do ex-presidente.