Carta pró-democracia articulada pela Fiesp é lida em ato na USP
Leitura aconteceu no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, em São Paulo; manifesto reafirma "compromisso inabalável com as instituições e regras do Estado Democrático de Direito"
Um manifesto em defesa da democracia e da justiça, cuja iniciativa foi encabeçada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foi lido, nesta quinta-feira (11), em um ato no Salão Nobre da Faculdade de Direito (FD) da USP, em São Paulo.
A abertura da cerimônia foi feita pelo professor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da USP. “Aqueles que rejeitam e agridem a democracia não protegem o saber”, afirmou em sua fala.
“Nós da USP, Unesp e Unicamp somos partidários da democracia e da liberdade. Após 200 anos da independência deveríamos estar pensando em nosso futuro, mas estamos voltados a impedir retrocessos”, acrescentou.
Em sua participação, o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, destacou que o grupo presente em defesa da carta “tantas vezes no passado lutou em polos opostos”, agora, “faz de tudo para preservar o que nos é sagrado, que é nossa democracia”.
Oradores na cerimônia de abertura do ato na USP:
- Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da USP
- Oscar Vilhena Vieira, advogado e membro da Comissão Arns
- Telma Aparecida Andrade, secretária da CUT-SP
- Beatriz Lourenço do Nascimento, membro da Coalizão Negra por Direitos
- Horácio Lafer Piva, empresário
- Francisco Canindé, da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
- Patrícia Vanzolini, presidente da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP)
- Neca Setubal, especialista CNN em inclusão social
- Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares
- Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
- Bruna Brelaz, presidente da UNE
- José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e responsável pela leitura do “Manifesto em Defesa da Democracia e Justiça”
- Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito (FD) da USP
A presidente da seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Patrícia Vanzolini, destacou que “pessoas morreram e foram perseguidas para que tivéssemos o que temos hoje”.
“Entendo que o canto sedutor dos autoritarismos encontre espaço naqueles que não viveram sem democracia, que não sentiram como é difícil viver sem liberdade de opinião e imprensa, sem garantias individuais e sem independência dos Poderes. Só se sente falta de algo ou alguém, quem já perdeu algo ou alguém”, afirmou.
A leitura do manifesto articulado pela Fiesp foi feita pelo advogado e ex-ministro da Justiça do governo FHC e presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias.