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    Carlos Wizard esteve 12 vezes no Planalto; Nise Yamaguchi, 21

    Empresário e oncologista são apontados como integrantes do chamado "gabinete paralelo" que aconselharia o presidente Bolsonaro

    Thais Arbexda CNN

    Apontado pela CPI da Pandemia como integrante do chamado “gabinete paralelo”, que teria influenciado o presidente Jair Bolsonaro em decisões sobre a pandemia, o empresário Carlos Wizard esteve 12 vezes no Palácio do Planalto em 2020, segundo os registros oficiais de entrada e saída do prédio.

    As informações foram enviadas à Comissão Parlamentar de Inquérito pela Casa Civil na sexta-feira (18), atendendo a requerimento dos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE). Eles solicitaram informações “sobre as reuniões e eventos realizados no âmbito da Presidência da República com integrantes do denominado ‘gabinete paralelo’, grupo responsável pelo aconselhamento formal e informal do Presidente da República durante a pandemia de covid-19”.

    A médica Nise Yamaguchi, também tida como participante do grupo, esteve 21 vezes no Planalto entre 2020 e 2021, sendo duas delas para se reunir com o próprio presidente.  A oncologista é uma das defensoras do chamado tratamento precoce, com uso de medicamentos sem eficácia comprovada para a Covid-19.

    Wizard e Yamaguchi estão na lista de 14 investigados pela CPI da Pandemia, anunciada pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

     

    De acordo com os registros, Wizard, que em junho do ano passado chegou a ser cotado para assumir uma secretaria do Ministério da Saúde, esteve no Planalto nos meses de fevereiro, março, maio e junho do ano passado.

    Uma das reuniões foi com o então ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, no dia 2 de junho. Também constam encontros na Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), na Secretaria-Geral da Presidência e no próprio gabinete de Bolsonaro, com auxiliares presidenciais.

    Nesta segunda (21), após a CPI da Pandemia requerer condução coercitiva para que Wizard preste depoimento aos senadores, o empresário entrou em contato com a comissão e sua oitiva ficou marcada para o próximo dia 30.

    A defesa do empresário chegou a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) que barrasse a condução coercitiva solicitada pela CPI, alegando que Wizard estava nos Estados Unidos, mas o ministro Luís Roberto Barroso não atendeu ao pleito. O magistrado concedeu ao empresário o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si, mas não o isentou de comparecer.

    A CNN procurou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), mas ainda não obteve resposta. A CNN também entrou em contato com Carlos Wizard e Nise Yamaguchi e aguarda retorno.

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