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    Carlos Alberto Decotelli confirma saída do Ministério da Educação

    Desconstrução de seu currículo teria tornado sua permanência insustentável, diz economista

    Da CNN, em São Paulo

    Carlos Alberto Decotelli pediu demissão do Ministério da Educação nesta terça-feira (30), cinco dias após ser nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A saída foi confirmada pelo próprio agora ex-ministro em entrevista ao âncora William Waack.

    Ele não chegou a tomar posse do cargo — a cerimônia estava prevista para hoje, mas o Planalto informou nesta segunda (29) que o evento foi adiado e não tinha previsão para acontecer.

    Conforme apurou a analista da CNN Renata Agostini, o presidente deve aceitar o pedido, mas o ideal seria anunciar a demissão junto do novo sucessor — há uma corrida para uma definição ainda hoje. 

    Desde o anúncio de que seria o novo titular da pasta, várias partes do currículo do ministro foram desmentidas . A universidade alemã em que dizia ter feito um curso de pós-doutorado negou que ele tivesse qualquer certificado pela instituição. A Universidade de Rosário, na Argentina, na qual ele dizia ter doutorado, veio à público dizer que sua tese não foi aprovada. Também foram encontrados indícios de plágio em sua dissertação de mestrado.

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    O presidente Jair Bolsonaro chegou a publicar no Facebook uma nota de apoio à sua indicação na noite de ontem, em que dizia que Decotelli estaria enfrentando “todas as formas de deslegitimação para o ministério”.

    Pouco depois, o analista da CNN Fernando Molica revelou que o economista, que se apresentava como professor, nunca teve cargo efetivo na FGV (Fundação Getúlio Vargas), o que teria agravado ainda mais a situação.

    Ontem, a FGV afirmou que Decotelli “atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da fundação. Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”.

    Decotelli culpa a fundação por sua saída do governo. “A estrutura pela qual a destruição da continuidade veio pelo fato fake da FGV divulgar que eu nunca fui professor da FGV. Então esta informação, divulgada pela FGV, fez com que o presidente me chamasse e dissesse que, se até a FGV, onde o senhor trabalha há 40 anos ministrando cursos, vários alunos têm seu nome impresso nos certificados, e está negando que o senhor é professor da FGV, então é impossível o governo continuar sendo questionado das inconsistências em seu currículo, o que portanto tornou inviável minha permanência”, disse ao âncora da CNN William Waack.

    A produção da CNN procurou novamente a FGV após as críticas do economista. Em nova nota, a instituição diz que “reitera a informação prestada anteriormente de que está apurando os questionamentos referentes à dissertação de mestrado do prof. Decotelli. Conforme a praxe do meio acadêmico, a FGV vai criar uma comissão específica para avaliar os fatos”.

    O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que havia um “constrangimento geral” entre aliados do presidente a respeito das inconsistências encontradas no currículo do novo ministro.

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