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    Caos político ajuda a ampliar crise na saúde no Amazonas

    Caio Junqueirada CNN

    O colapso do sistema de saúde do Amazonas provocou uma ampliação do tensionamento político local que acaba por interferir na estratégia de socorro ao estado.

    A crise fez emergir no cenário local a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Josué Neto, do PRTB, alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pré-candidato a prefeito da capital nas eleições municipais deste ano.

    Ele fez coro nas últimas semanas à ala do governo federal que atacava publicamente o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao mesmo tempo em que o governo local pedia recursos a Brasília. Com a queda de Mandetta na semana passada, o foco passou a ser o governador Wilson Lima, do PSC, próximo a Bolsonaro mas com atuação mais independente. 

    Neto, que tem mais influência na Assembleia do que o governador, aprovou nesta semana um pedido de intervenção federal na saúde pública do estado, que foi encaminhado ao governo federal. Agora, pretende dar seguimento a um pedido de impeachment apresentado pelo Sindicato dos Médicos de Amazonas que tem por base inclusive fatores anteriores à pandemia. Até pedaladas fiscais que ajudaram a derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff entraram no pedido.

    “O Poder Executivo, durante o ano de 2019 inteiro realizou as chamadas pedaladas fiscais ao fazer uso do Fundo de Fomento ao Turismo para fins diversos dos que deveriam ser utilizados”, diz o documento a que a CNN teve acesso. O pedido tem ainda renúncias fiscais de ICMS e pagamento de dívidas anteriores como base.

    Há também em nível local troca de acusações sobre de quem é a culpa pelo colapso. O governo atual aponta a responsabilidade de ex-governadores. O último, Amazonino Mendes, teria deixado dívida de 1,5 bilhão de reais na área. Outros governadores enfrentaram denúncias de corrupção no sistema.

    Nesta quarta-feira, o ex-governador e líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, reúne-se com o presidente Jair Bolsonaro.

    Isolado, o governador recorreu ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, do PSDB, com quem estava estremecido, para tentar reverter o quadro político. Ambos avaliam até mesmo uma entrevista coletiva juntos nesta quarta-feira.

    Os governos locais reivindicam apoio para pagar mais de mil profissionais de saúde, boa parte deles de concursos já realizados que não havia sido ainda chamados. Também há um déficit de algo entre 200 e 300 respiradores que foram reivindicados ao governo federal, além de outros Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Por enquanto, o estado conta com apoio da iniciativa privada. O hospital Albert Einstein de São Paulo fez uma doação de milhares de peças nesta semana. A ideia é transformar leitos comuns em UTIs.

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