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    Câmara não deve referendar condenação de Daniel Silveira no STF, avaliam lideranças

    Silveira foi condenado nesta quarta-feira (20), por 10 votos a 1, por ataques e ofensas a ministros da Suprema Corte

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    A Câmara dos Deputados não deve confirmar a condenação do deputado federal Daniel Silveira à perda de mandato, na avaliação de integrantes da cúpula da casa e de lideranças ouvidas pela CNN sob a condição de reserva.

    Silveira foi condenado nesta quarta-feira (20), por 10 votos a 1, por ataques e ofensas a ministros da Suprema Corte. Apesar da atitude de Silveira ser criticada por seus pares, a possível inelegibilidade do deputado federal é vista com cautela pela classe política.

    A avaliação é de que Silveira extrapolou limites de comportamento mas que, ao mesmo tempo, a justiça não pode ir além de suas prerrogativas. Desde as condenações do mensalão, em 2012, a punição de deputados em pleno exercício do mandato abre divergências.

    As turmas do Supremo Tribunal Federal (STF) têm avaliações contraditórias sobre o assunto. Porém, na maior parte dos casos tem vigorado o entendimento da Constituição.

    De acordo com parágrafo 2º do artigo 55 da Constituição Federal, nos casos de condenação criminal com trânsito em julgado, a perda do mandato parlamentar será decidida pela respectiva Casa legislativa, por maioria absoluta.

    A Câmara recorreu dentro de outro processo ao STF com o argumento de que a decisão final é dos deputados.

    De acordo com uma alta fonte da Câmara, ouvida pela CNN, o recurso não tem a ver diretamente com o caso de Daniel Silveira mas sobre qualquer caso que envolva deputado federal.

    Ou seja, a Câmara pede que o STF reconheça que não pode cassar o mandato de nenhum parlamentar sem que esta decisão seja validada pelo plenário da Câmara.

    Ontem, o STF aplicou pena de 8 anos e 9 meses, que prevê regime semiaberto, e também a perda de mandato a Silveira.

    Mas esta decisão não começa a valer imediatamente, uma vez que ainda cabem recursos na própria justiça para o tempo de prisão começar a contar. Sobre a cassação de mandato, a Câmara defende que somente o Poder Legislativo pode dar a palavra final.

    “Cabem embargos de declaração, ele vai testar e esticar a questão ao máximo, sendo elegível até o trânsito em julgado”, afirmou o jurista Wálter Maierovitch, em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (21).

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