Câmara cria comissão para acompanhar apuração da morte de João Alberto
Colegiado buscará 'resposta ao país' após homem negro morrer asfixiado em supermercado em Porto Alegre
A expectativa é que autorização seja publicada nesta quarta (25) no Diário da Câmara e o colegiado seja instalado na quinta (26). A comissão será coordenada pelo deputado Damião Feliciano (PDT-PB), que propôs a sua criação no último dia 20, um dia depois do assassinato.
Nesta quarta (25), Damião irá se reunir com outros parlamentares e com assessores legislativos da Câmara para fechar os detalhes do colegiado.
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Segundo o deputado, a comissão vai apurar a causa da morte de João Alberto com a ajuda de especialistas de direito, direitos humanos e em ação penal. “O [Rodrigo] Maia nos deu essa missão e cabe a Câmara dar uma resposta ao país”, completou.
Integrarão o colegiado ainda os deputados Benedita da Silva (PT-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Silvia Cristina (PDT-RO), Áurea Carolina (PSOL-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP).
O Caso João Alberto
Os vigias Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, foram flagrados pelas câmeras de segurança espancando João Alberto até a morte. Os dois tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles foram autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Nos últimos dias, cidades brasileiras registraram protestos diante da morte de João Alberto. As manifestações, que apontam crime de racismo, aconteceram através de protestos e da pintura da expressão “Vidas Negras Importam” na Avenida Paulista, em São Paulo.