Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Burocracia da Prefeitura de SP interfere na agenda de Lula com Boulos

    Equipe de pré-candidato do PSOL diz que Nunes atrasa obras federais por motivos eleitorais; prefeito ainda não se manifestou

    Pedro Venceslauda CNN , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planejava vir em março para São Paulo para uma série de agendas oficiais ao lado do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), mas teve que adiar os eventos devido a entraves burocráticos da prefeitura paulistana em projetos do governo federal na capital.

    Boulos é pré-candidato a prefeito na eleição de outubro, sendo adversário do atual chefe do Executivo paulistano, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição.

    Uma das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o novo hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já tem uma verba reservada de R$ 157 milhões, mas o lançamento depende da doação de um terreno da prefeitura, segundo disse à CNN a reitora da universidade, Raiane Assumpção.

    Ainda segundo a dirigente, a prefeitura está em tratativas com a Unifesp, mas ainda não liberou também o alvará que autoriza a construção do Campus Zona Leste, em Itaquera.

    Lula também planeja ir à capital paulista para entregar o Instituto Federal (IF) Jardim Ângela, na zona sul, e o IF Cidade Tiradentes, na zona leste.

    “O novo campus da Unifesp na zona leste vai beneficiar milhares de jovens em uma das regiões mais carentes da cidade, mas o prefeito optou por atrasar as obras e prejudicar a população por motivos eleitorais”, disse à CNN Josué Rocha, coordenador da pré-campanha de Boulos.

    É lamentável que Nunes abra mão de recursos do governo federal só para agradar seu padrinho Jair Bolsonaro

    Josué Rocha

    Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que “o prefeito Ricardo Nunes e técnicos da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento tiveram várias reuniões com representantes da Unifesp para orientá-los na adequação do projeto apresentado”.

    “Após os ajustes, a administração seguirá com a análise. O terreno, vale lembrar, foi uma doação da Prefeitura há cerca de dez anos e o espaço aguarda investimentos por parte da instituição, que pleiteia a doação de uma nova área”, diz o comunicado enviado à CNN. “Reforçamos que é de interesse da gestão municipal projetos que estejam adequados à legislação municipal e, principalmente, que qualifiquem e desenvolvam ainda mais a região.”

    Posição da Unifesp

    Em nota enviada à CNN, a Unifesp se manifestou sobre os projetos. Veja a nota na íntegra:

    Em relação à reportagem, na qual são citados projetos da Unifesp previstos no novo PAC, a Reitoria da Universidade Federal de São Paulo esclarece que:

    1 – O projeto do novo Hospital Universitário de Santo Amaro só é viável com obras em um terreno do Município de São Paulo cujo compromisso de doação foi assumido pessoalmente pelo prefeito Ricardo Nunes em agosto do ano passado;

    2 – A Unifesp formalizou o pedido e a Prefeitura de São Paulo iniciou o processo em suas instâncias cabíveis, conforme estabelecido pela legislação pertinente à alienação e transferência de patrimônio público, o que deve resultar no encaminhamento de um projeto de lei para a Câmara dos Vereadores;

    3 – Tal processo está em andamento e está sendo acompanhado pela universidade em diálogo com os setores da prefeitura;

    4 – O alvará ao qual se refere a matéria não tem ligação com o projeto do novo Hospital Universitário, mas diz respeito às obras do Campus Zona Leste, em Itaquera, cujo início depende de correções da área cedida, já realizada pela prefeitura, em fase de registro cartorial.

    A Unifesp se coloca à disposição para os demais esclarecimentos que se fizerem necessários.

    Tópicos