Briga interna do Centrão empaca negociações na Caixa e na Funasa, dizem fontes
Disputa por cargos trava segunda etapa da reforma ministerial e alimenta atritos na nova base de Lula
A distribuição de cargos na Caixa Econômica Federal e na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), considerada uma espécie de segunda fase da reforma ministerial, empacou.
Após semanas de conversas nos bastidores, o preenchimento das presidências dos dois órgãos e de postos de segundo escalão ainda é tema de embate entre partidos, expondo as divergências na nova base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na Caixa, prometida ao PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), não há consenso até agora sobre quem deve ser escolhido para presidir o banco estatal.
A primeira a ter o nome ventilado para a vaga foi a deputada Margarete Coelho (PI), próxima de Lira, mas também muito ligada ao presidente da legenda, o senador Ciro Nogueira (PI).
Nas últimas semanas, entretanto, cresceram no círculo próximo ao presidente da Câmara as articulações pela indicação de Gilberto Occhi, ex-ministro e ex-presidente do banco.
Embora o PT e o governo resistissem, as conversas para que o banco fosse entregue ao Centrão em esquema de “porteira fechada” tinham avançado nos últimos dias, segundo informaram à CNN fontes próximas às negociações.
O Planalto chegou a sinalizar alguma disposição de abrir mão da vice-presidência de Habitação, que controla linhas de financiamento do Minha Casa Minha Vida. Mas, dada a briga interna no PP, toda a discussão esfriou.
No caso da Funasa, o Republicanos chegou a dar como certo que assumiria o comando da estatal. O PSD de Gilberto Kassab, entretanto, passou a reivindicar o posto, com direito a manifestações públicas pedindo que a presidência do órgão seja entregue à legenda.
Nos bastidores, líderes do Republicanos minimizam o movimento do PSD. E dizem ver um movimento do Planalto para reter as indicações e liberar cargos a “conta-gotas”.
O objetivo, disse um interlocutor à CNN, seria aumentar o poder de fogo do governo nas negociações para as próximas votações estratégicas no Congresso.