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    Brasil pode perder mais de R$ 20 bilhões por ano com desvios na saúde

    Avaliação do Instituto Ética Saúde é de que a necessidade de contratações emergenciais da pandemia pede fiscalização redobrada contra a corrupção

    Equipe médica cuida de pacientes em área de emergência de hospital
    Equipe médica cuida de pacientes em área de emergência de hospital Diego Vara/Reuters

    Beatriz PuentePauline Almeidada CNN No Rio de Janeiro

    Uma pesquisa aponta que a corrupção na saúde pode causar um prejuízo anual de R$ 22,54 bilhões aos cofres públicos brasileiros. O levantamento do Instituto Ética Saúde (IES) estima que pelo menos 2,3% de tudo que é investido no setor se perca com fraudes. No país, o orçamento destinado ao setor correspondeu nos últimos anos, em média, a 9,2% do PIB, o que equivale a R$ 680 bilhões.

    Segundo o Portal da Transparência, as despesas do Ministério da Saúde, apenas em 2021, já chegaram aos R$ 90 bilhões. Os investimentos e gastos ainda cresceram durante a pandemia de Covid-19.

    Somente em relação ao governo federal, esses valores somam R$ 68,7 bilhões, de acordo com dados levantados pelo IES também junto ao Tesouro, além dos recursos disponibilizados por estados e municípios.

     

     

    “Em uma situação como esta, onde há inúmeras possibilidades de riscos éticos por conta da urgência necessária por conta da situação da pandemia, é necessário monitorar a efetividade das ações de combate à corrupção”, afirma o diretor de Relações Institucionais do Instituto Ética Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa.

    Denúncias de irregularidades nas compras públicas da saúde, em especial na pandemia, tornaram-se investigações em estados como o Rio de Janeiro, Amazonas e Pará. Também são alvos de apuração no campo político, como da CPI da Pandemia.

    No caso da Comissão Parlamentar de Inquérito, uma das frentes de trabalho apura contratos feitos sem licitação entre a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro e empresas. O montante chega a R$ 28,8 milhões.

    Segundo o Instituto Ética Saúde, em momentos de crise, a flexibilização para a contratação de serviços e produtos traz riscos adicionais. Diante desse cenário, a fiscalização deve ser redobrada para evitar problemas como desvios de recursos, descumprimento contratual, desperdício, preços abusivos e alocação inadequada de recursos.

    Diante da possível perda bilionária em fraudes por ano, o Instituto Ética na Saúde – que reúne diversos setores da saúde, de indústrias a hospitais, com apoio de órgãos reguladores do governo – e a Fundação Getúlio Vargas lançaram o Índice de Percepção da Corrupção no Setor de Saúde, durante um fórum a partir da sede da Organização Paranamericana de Saúde.

    A ideia é ter um índice anual para referência do mercado e avaliações sobre a vulnerabilidade do setor de saúde em relação à corrupção.