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    Brancos têm o dobro de chance de se eleger para Câmara em comparação a negros, diz estudo

    Estudo feito por economistas do Insper mostra que 124 negros foram eleitos deputados federais nas eleições de 2018, enquanto 386 parlamentares empossados eram brancos

    Leandro ResendeBeatriz Puenteda CNN , no Rio de Janeiro

    Um estudo feito por economistas do Insper revela que candidatos a deputados federais brancos têm o dobro de chance de se elegerem em relação a candidatos negros. Intitulado “Desigualdade Racial Nas Eleições Brasileiras”, o levantamento revela que 3.117 candidatos negros disputaram uma vaga na Câmara em 2018. Destes, 124 foram eleitos, ou seja, 3,96%.

    Na mesma eleição, havia 4.225 candidatos brancos e 386 foram eleitos, o que representa 8,72%.

    “Homens brancos ganham mais visibilidade, mais palanque, são mais competitivos. Isso é uma característica da política brasileira. Os partidos investem em quem eles conseguem eleger”, avalia o economista do Insper Michael França, um dos autores do estudo.

    Os dados expõem, segundo os pesquisadores, a falta de representatividade em nossa democracia.

    O estudo mostra que das eleições de 2014 para as de 2018 houve uma redução na desigualdade racial. Mas ainda há um desequilibro muito grande quando se compara os números de eleitores negros e brancos e os representantes escolhidos. Os quatro economistas que fizeram o estudo indicam que, numa sociedade com igualdade racial, deveria existir equilíbrio entre os deputados federais negros e brancos.

    Considerando a divisão racial da população, os autores concluíram que o número de deputados negros é menor que o esperado na maior parte dos estados.

    Os casos mais extremos são Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, que não elegeram nenhum deputado federal negro. No primeiro estado, o percentual de equilíbrio seria de 64%, ou 5 negros entre os 8 congressistas. No segundo, 21%, em torno de 6 ou 7 deputados negros entre 31 eleitos.

    Esses resultados evidenciam, segundo Michael França, a relação direta entre o nível de desigualdade racial e os contextos socioeconômicos de cada região brasileira. Onde há níveis educacionais mais altos, por exemplo, é encontrado uma quantidade maior de políticos negros eleitos.

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