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    Boulos e Girão discordam sobre lado defensor da democracia em protestos

    Professor Guilherme Boulos (PSOL) e deputado federal General Girão (PSL-RN) participaram do Debate 360 nesta quarta-feira (3) e comentaram o cenário político

    Anna Gabriela Costa , Da CNN, em São Paulo

    O professor Guilherme Boulos (PSOL) e o deputado federal General Girão (PSL-RN) apresentaram diferentes opiniões sobre os protestos que aconteceram no último domingo (31) na avenida Paulista, em São Paulo. Ambos participaram do Debate 360, na CNN, nesta quarta-feira (3) e defenderam que os dois grupos faziam atos democráticos. 

    O protesto mencionado pelos convidados reuniu de um lado um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, de outro, torcidas organizadas de futebol. A ação terminou com tumulto entre manifestantes e a polícia militar.

    “Alguns brasileiros querem voltar com atos terroristas. Bolsonaro está correto em dizer que é terrorismo. As manifestações com as cores da bandeira do Brasil, essas sim são democráticas. As pessoas têm o direito de se manifestar, algumas carregam uma faixa em relação ao AI-5, ao Supremo Tribunal Federal, mas elas têm o direito de se manifestar, e elas podem ser responsabilizadas por isso”, defendeu General Girão. 

    Em contrapartida, Guilherme Boulos defende que “terrorismo é atacar as instituições”.

    “O que aconteceu no último domingo na avenida Paulista, vimos gente defendendo AI-5, fechamento do STF, do Congresso, ofendendo jornalista, um grupo de pessoas fascistas. Pela primeira vez um grupo de democratas foi às ruas fazer um contraponto, não entendo por que isso assusta tanto, terrorismo é atacar as instituições. Não vejo nacionalismo, só vejo bandeira dos Estados Unidos e de Israel. Quem entrega patrimônio nacional, vai para protesto com bandeira americana e de Israel, não é nacionalista”, afirmou Boulos.

    Guilherme Boulos comentou a atuação da polícia durante o protesto do último domingo, em São Paulo. 

    “A Polícia Militar é força de estado, não de governo, [os PMs] não podem defender um grupo e atacar outro, lamentavelmente foi o que vimos na avenida Paulista, atacando manifestantes que defendiam a democracia e defendendo uma manifestante com um bastão na mão. Espero que na próxima manifestação de domingo, não aconteça, com a polícia tomando partido.” 

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    Inquérito das fake news

    O deputado Girão e o professor Guilherme Boulos falaram sobre os fatos mais recentes no cenário político e também divergiram sobre o inquérito das fake news, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal.  

    “Respeito muito o STF, discordo da postura de alguns ministros, que estão dando algumas decisões olhando somente um dos lados da política brasileira, a operação em si concentrou em algumas pessoas, deputados amigos nossos, são pessoas que não pregam fake news, que primam pela verdade, que pregam um Brasil limpo, sem corrupção, espero que as investigações prossigam e a gente tenha o esclarecimento o mais rápido possível. A Justiça vai mostrar quem está com a verdade e essa acusação vai virar um pedido de desculpas”, comentou Girão. 

    “Eles importaram uma tecnologia, a máquina de fake news. A eleição brasileira foi marcada por mentira, continua ativa, presidida pelo filho do presidente da República. Uma situação muito preocupante para a democracia no Brasil, principalmente em época de pandemia, em época de isolamento. Diz que o isolamento social não funciona e leva as pessoas para ir para à rua de maneira desordenada, as fake news também matam. Essas denúncias não são minhas, são da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal”, disse Boulos. 

    Pandemia

    Durante participação no Debate 360, da CNN, Boulos e Girão falaram sobre as medidas adotadas pelo governo durante a pandemia de coronavírus. 

    Para Boulos, falta “estratégia e iniciativa”, enquanto Girão defende o fim da disputa política. 

    “A Covid-19 foi transformada numa bandeira política, estamos enfrentando e aprendendo. A gente lamenta que os governos anteriores tenham esquecido de investir em profissionais de saúde, aparelhar os hospitais, grande parte das mortes é porque faltavam respiradores para as pessoas, lamentamos muito, mas estamos corrigindo, alguns estados que recebem apoio esquecem de creditar esse apoio ao governo federal. E acabam os números crescendo bastante O isolamento social total não resolveu em nenhum lugar no mundo e a própria OMS está voltando atrás para o uso da hidroxicloroquina”, opinou Girão.

    Guilherme Boulos ressaltou a importância de estratégias para conter também os problemas econômicos.

    “No governo falta estratégia e iniciativa, não tem monitoramento epidemiológico, testagem em massa. Como a China teve menos mortos que o Estado de São Paulo? Para ter isolamento é preciso ter medidas sociais, tem que ter o auxílio emergencial, apoio à microempresário, garantia de emprego, e ao mesmo tempo medidas de saúde”.  

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