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    Boulos defende cobrar dívida ativa para financiar renda solidária em SP

    Candidato do PSOL disse que retomará recursos da dívida ativa da cidade, que teria estimativa de R$ 10 a 15 bi em quatro anos

    Anna Satie, da CNN em São Paulo



     

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (11), o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, detalhou de onde virão os recursos para custear as principais propostas que tem para a cidade, como o projeto de renda solidária e um estímulo para levar médicos até as periferias. 

    Para financiar as propostas, Boulos citou o acúmulo de caixa da Prefeitura, estimado em R$ 19 bilhões, o suficiente para custear mais de cinco anos de seu projeto de assistência às pessoas em situação de extrema pobreza. Ele também declarou que uma das suas prioridades será a retomada da cobrança da dívida ativa. 

    “Dinheiro tem, o problema é falta de prioridade”, declarou. “Eu vou ter prioridade em fazer isso, outros prefeitos tiveram as campanhas financiadas por esses mesmos devedores. Eu não tenho o rabo preso, vou fazer esse enfrentamento”. 

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    O candidato disse que se consultou com os procuradores responsáveis pela tarefa e desenhou um plano para executar essa cobrança. 

    “A dívida ativa ainda está no papel, não foi digitalizada, é feita para não funcionar. Um procurador cuida de 50 a 70 processos. Eu vou colocar mais procuradores para cuidar, digitalizar 100%, informatizar e chegar na arrecadação prevista”, garantiu. 

    Segundo Boulos, auditores estimam que os recursos poderiam chegar entre R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões em quatro anos. 

    Médicos na periferia

    Candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos
    Candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, durante entrevista para a CNN
    Foto: CNN (11.nov.2020)

    O candidato citou seu plano para levar um maior número de médicos às áreas mais afastadas do centro da cidade. “A periferia é onde tem maior defasagem [no atendimento de saúde], muitas vezes por falta de condições e estímulo”, declarou.

    Ele disse ter se encontrado com pessoas que atendem no serviço público municipal e, com o auxílio delas, desenhado um concurso para contratar 500 médicos no início do governo, caso seja eleito. 

    Boulos também propõe a criação de uma residência municipal em saúde da família e a manutenção as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) funcionando durante a noite e aos fins de semana. 

    O voto nas áreas mais afastadas 

    Apesar do fato de morar no bairro Campo Limpo – região fora do Centro Expandido da capítal paulista – ser um de seus maiores motes de campanha, a faixa em que o candidato tem a maior intenção de voto é entre pessoas que ganham de cinco a dez salários mínimos.

    Questionado sobre o voto da periferia, Boulos atribuiu ao tempo reduzido de televisão. “Ninguém vota em quem não conhece”, declarou.

    “Muita gente ainda não conhece a candidatura, principalmente quem tem menos acesso às redes sociais. Mas a minha candidatura é a que mais está crescendo na periferia e são os votos da periferia que vão me levar para o segundo turno no próximo domingo”. 

    Perfil

    Guilherme Boulos é professor e membro da coordenação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente Povo Sem Medo. Ele concorreu à Presidência da República em 2018 pelo PSOL.
    A companheira de chapa, candidata à vice-prefeita, é a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSOL).

    A CNN sabatina nesta semana os seis candidatos ao Executvo paulistano nas primeiras posições segundo a última pesquisa do Datafolha. O levantamento, divulgado no dia 5 de novembro, mostrou Boulos com 14% das intenções de voto, empatado tecnicamente em segundo lugar com Celso Russomanno (Republicanos – 16%) e Márcio França (PSB – 13%). Quem lidera é o atual prefeito Bruno Covas, com 28%.

    Nesta quinta (12), ainda serão entrevistados os candidatos Jilmar Tatto (PT), com 6% das intenções de voto e Arthur do Val (Patriota), com 4%.

    A pesquisa entrevistou 1.260 eleitores da cidade de São Paulo entre os dias 3 e 4 de novembro. O nível de confiança e de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo, registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-06709/2020.

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