Bolsonaro vai recorrer fora do país contra inelegibilidade, diz presidente do PL à CNN
O advogado da legenda Marcelo Bessa está pronto para ingressar com uma ação internacional contra a decisão que deixou Bolsonaro inelegível, segundo o presidente da legenda
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse à CNN que a sigla vai recorrer internacionalmente contra a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Valdemar, o advogado da legenda Marcelo Bessa está pronto para ingressar com uma ação internacional contra a decisão, e eles devem se reunir na quinta-feira (31) para tratar do assunto. Questionado se a ação iria para o Tribunal de Haia, Valdemar disse que provavelmente seria na Organização dos Estados Americanos (OEA), mas que a reunião com o advogado definirá isso.
“Estamos no barco com Bolsonaro e não vamos sair”, disse o presidente do PL. “Não tenha dúvida que vamos tentar reverter essa decisão.”
A defesa do ex-presidente já entrou com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para recorrer da decisão da Corte que deixou Bolsonaro inelegível. Segundo Valdemar, seu partido pretende levar a tentativa para o Supremo Tribunal Federal (STF) caso seja necessário.
“Quando for publicada no TSE a decisão, ele [o advogado do PL] vai entrar no STF para discutir isso. As coisas, daqui a dois ou três anos, podem mudar muito”, disse.
Valdemar também disse que espera que haja um “ajuste na guerra que existe hoje entre a direita e a Justiça brasileira”. E completou: “Queremos ter uma relação boa com o poder Judiciário e queremos que o poder Judiciário tenha uma relação melhor com a gente também.”
“Bolsonaro pode ser candidato contra Lula”
O presidente do PL também comentou a resolução do Partido dos Trabalhadores (PT) desta quarta-feira (30) que defende a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse: “Bolsonaro pode ser candidato contra Lula” em 2026.
Ele ainda destacou que o principal desafio de ambos no próximo pleito pode ser o estado de São Paulo.
“Michelle nunca foi plano B”
Valdemar negou a possibilidade da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ser uma alternativa à candidatura de Bolsonaro nas próximas eleições à Presidência.
“Michelle nunca foi um plano B. Ela fala que não quer ter mandato, sempre falou. E Bolsonaro não deseja isso para ela”, disse. “Bolsonaro já comentou uma vez que talvez ela fosse candidata ao Senado, mas não a um cargo no Executivo.”
Caso das joias
Durante a entrevista, Valdemar disse que a investigação da Polícia Federal (PF) que apura a venda ilegal de joias recebidas como presentes pela Presidência durante a gestão de Bolsonaro não é uma preocupação.
“Não tem definição do que podia ou não podia ser feito. Tem que ter uma orientação clara sobre o que é errado e certo. Nunca houve dinheiro público nisso aí, por isso não temos preocupação com isso”, disse à CNN.
Segundo o presidente do PL, Bolsonaro achava que as joias eram presentes pessoais: “Ele achava que era pessoal, lógico, tanto que ele se preocupou em devolver depois.”
“Bolsonaro é muito desligado desses assuntos. Ele não liga para roupa, para joia, para nada”, falou.
“Se quiser participar do governo Lula, vai ter que deixar o partido”
Questionado sobre a possibilidade de que parlamentares do PL passem a ocupar cargos no governo Lula, Valdemar deixou claro: “Nosso pessoal não vai participar do governo.”
“Se tiver o nome desses parlamentares, me digam para eu tomar uma providência, porque o partido não vai aceitar isso”, falou. “O deputado que quiser participar do governo Lula vai ter que deixar o partido”.
Eleições em São Paulo
Valdemar também disse que o partido vai apoiar a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) na reeleição a prefeito de São Paulo, e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está bastante envolvido na disputa.
“Depois de Bolsonaro eleger o governador de São Paulo [Tarcísio de Freitas] e o senador de São Paulo [Marcos Pontes], deixamos para ele resolver São Paulo”, falou.
Ele completou: “O PL deve indicar o vice do Nunes, e quem vai escolher é o Bolsonaro.”