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    Bolsonaro reúne QG e avalia ir para o confronto com Mauro Cid, dizem fontes

    Integrantes do time do ex-presidente viajam nesta quinta-feira (21) a Brasília para revisar estratégia sobre delação do ex-ajudante de ordens

    Clarissa OliveiraJussara Soaresda CNN

    São Paulo

    Integrantes do QG bolsonarista se deslocam nesta quinta-feira (21) de São Paulo para Brasília, onde pretendem reavaliar junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro a estratégia em resposta à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

    Segundo relatos feitos à CNN, o time bolsonarista vai estudar a possibilidade de ir para o confronto com Cid, até agora tratado como um aliado.

    A revisão da estratégia é uma resposta aos vazamentos de supostos trechos da delação firmada por Mauro Cid com a Polícia Federal.

    Nesta quinta-feira, o jornal O Globo e o portal Uol noticiaram que Cid teria relatado à PF uma reunião, em que Bolsonaro teria discutido com as Forças Armadas o teor de uma minuta golpista. O então comandante da Marinha, Almir Garnier, segundo as reportagens, teria se manifestado a favor do plano de golpe.

    À CNN, fontes próximas a Bolsonaro minimizaram os relatos.

    Segundo interlocutores do ex-presidente, mesmo que Cid tenha relatado à PF tal reunião para discutir a minuta golpista, o depoimento comprovaria que Bolsonaro apenas foi consultado e não deu seguimento ao plano.

    O teor das duas reportagens foi confirmado à CNN pelo âncora Gustavo Uribe.

    A PF estaria investigando, inclusive, se a tal minuta citada por Cid teria relação com o texto golpista encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

    Em nota, a defesa de Cid se manifestou a respeito das reportagens, alegando que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Desde que o ex-ajudante de ordens decidiu colaborar com a Polícia Federal, o time do ex-presidente tem sido orientado a evitar o confronto e a tratá-lo como aliado.

    Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo Bolsonaro referiu-se a Cid como um “filho” e disse querer “abraçar” o ex-ajudante de ordens.

    Os novos vazamentos sobre a delação de Mauro Cid também servirão de argumento para que a defesa de Bolsonaro reitere os pedidos para ter acesso ao depoimento do ex-ajudante de ordens.

    A demanda foi negada no último dia 11 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

    O que dizem as defesas?

    Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

    A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

    Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

    Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

    No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

    CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.