Bolsonaro não ataca Luis Miranda, e CPI vê medo de gravação sobre Covaxin
Deputado Luis Miranda vem sendo aconselhado a ser transparente e, caso tenha provas da conversa com o presidente, apresentá-las
Mesmo após o depoimento que colocou o governo federal no centro de um suposto esquema de corrupção para a compra da vacina Covaxin, o deputado Luís Miranda (DEM-DF) não foi atacado por Jair Bolsonaro (sem partido), o que, na avaliação de aliados e adversários, marca uma grande mudança no padrão de comportamento do presidente ao ser contrariado ou ter seus interesses atacados por qualquer tipo de agente. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.
Segundo deputados e senadores da CPI da Pandemia ouvidos pela CNN, o silêncio de Bolsonaro pode indicar medo do presidente da revelação de um áudio que confirmaria a conversa que apontaria que ele sabia do esquema da compra da Covaxin.
Em entrevista à analista da CNN Renata Agostini, Miranda afirmou não ter gravado a conversa com o presidente, mas disse que tem como provar o teor da conversa sobre as fraudes na Covaxin caso ele o desminta. Bolsonaro admite ter participado do encontro com o parlamentar.
“Vamos contar com a possibilidade de o presidente voltar atrás [e desmentir Miranda]. Aí ele me força a fazer o que eu não quero. É o que eu tenho a dizer”, afirmou o deputado à CNN no último sábado (26).
Apesar de negar que tenha gravado o presidente, Miranda disse que “não estava sozinho” naquele dia. E não explicou se seu irmão, o servidor da Saúde Luís Ricardo Miranda, que o acompanhou na reunião, fez uma gravação.
“Vou sempre dizer que não existe da minha parte. E ninguém perguntou para o meu irmão [na CPI]. Assunto encerrado. Meu irmão não mentiu”, disse. “Mas eu não estava sozinho no encontro. Eu, como parlamentar, não iria gravar um presidente.”
Com a questão no ar, Miranda vem sendo aconselhado a ser transparente e, caso tenha provas, apresentá-las.
(Publicado por Daniel Fernandes)