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    Bolsonaro fala duas vezes em SP e não cita confronto Rússia-Ucrânia

    Presidente fez críticas a governadores pelas políticas de isolamento social para combate à covid-19 em cerimônia na cidade de São José do Rio Preto

    Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Marcelo Tuvucada CNN

    São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, na manhã desta quinta-feira (24), de um evento em São José do Rio Preto (SP). Em seu discurso, com duração de 18 minutos, o presidente não mencionou a invasão da Rússia sobre a Ucrânia, lançada nesta quinta. Mais tarde, em uma cerimônia na capital paulista, o presidente fez um curto discurso de cinco minutos e também não fez menção ao conflito.

    A cerimônia no interior paulista marcou a inauguração da Travessia Urbana de São José do Rio Preto, na BR-153. No discurso, Bolsonaro comentou sobre sua eleição à Presidência, em 2018, e fez críticas aos governadores de estado pelas políticas de isolamento social para combate à covid-19.

    “Assistimos ao longo desses últimos dois anos, vimos e sentimos na pele, protótipos de ditadores por todo o Brasil, onde esses aprendizes de ditadores tomaram medidas, algumas populistas e outras não pensadas, mas que afetaram diretamente as nossas vidas. Tinha, e tenho, o poder de fechar todo o Brasil por decreto. Jamais cogitei isso, porque a liberdade está em primeiro lugar”, disse Bolsonaro.

    Sobre a invasão russa à Ucrânia, no entanto, o presidente não fez qualquer menção. Bolsonaro visitou a Rússia na semana passada, em uma agenda que trataria sobre interesses comerciais dos dois países. Logo ao se encontrar com Vladimir Putin, Bolsonaro afirmou que o Brasil era “solidário à Rússia” e que os dois países tinham “muito no que colaborar”, citando temas de defesa, agricultura e petróleo e gás.

    Nesta quinta, a posição brasileira sobre o conflito foi manifestada por nota oficial do Ministério das Relações Exteriores, que pede “a suspensão imediata das hostilidades e o início de negociações conducentes a uma solução diplomática”, e por uma entrevista do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), dizendo que os países ocidentais deveriam reagir pela força no apoio à Ucrânia.

    Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 soldados russos morreram e seis aviões também russos teriam sido destruídos. Além disso, informações dão conta de que ao menos 40 soldados ucranianos também teriam morrido. Porém, não há confirmação oficial do número de mortes até o momento.

    Fotos –

    O que você precisa saber sobre o ataque

    • Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
    • O ataque acontece em pelo menos 16 regiões, incluindo a capital Kiev
    • Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento
    • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
    • Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
    • Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
    • O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
    • A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
    • A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
    • Países da Europa acionam Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
    • Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anunciou o secretário-geral da aliança
    • Líderes europeus como Boris Johnson, Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen prometem duros ataques econômicos contra a Rússia
    • Uma das áreas em disputa é a zona de exclusão de Chernobyl, local do acidente nuclear de 1986
    • O prefeito de Kiev impôs um toque de recolher na capital ucraniana

    Veja no vídeo abaixo imagens de explosões e a movimentação na Ucrânia após o ataque.