Bolsonaro e Valdemar não podem se falar após operação da PF; entenda
Presidente do PL foi preso por porte ilegal de arma e o ex-chefe do Executivo teve seu passaporte apreendido
O presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) não podem manter contato, inclusive por meio de advogado, segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os dois foram alvos da Operação Tempus Veritatis deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal. Ela investiga uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Durante a ação, Valdemar foi preso por porte ilegal de arma. A sede do PL em Brasília, que foi alvo de buscas, fica no mesmo prédio em que mora o presidente da sigla.
Bolsonaro, por sua vez, teve seu passaporte apreendido e está proibido de deixar o país. O documento também estava na sede do partido.
Além deles, outros investigados pela operação estão impedidos de manterem contato:
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército ex-ministro da Defesa;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;
- Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
- Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
- José Eduardo de Oliveira e Silva, padre.
- Laércio Vergílio, general de Brigada;
- Mario Fernandes, general e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
- Paulo Renato de Figueiredo Filho, jornalista;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel.
A operação desta quinta-feira é baseada na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ela apura a discussão da chamada “minuta do golpe”, encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares.
As buscas aconteceram nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.