Bolsonaro e Valdemar discursam no mesmo palco separados por 22 minutos
Políticos participaram de evento do Partido Liberal em Brasília, mas não foram vistos juntos em público; os dois estão impedidos de manter contato pela Justiça
Proibidos de manter contato por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) não se encontraram no mesmo espaço por apenas 22 minutos.
Ambos participaram de um evento do partido na noite desta quarta-feira (27).
A estratégia para não desobedecer à ordem de Moraes foi previamente acertada. Valdemar e Bolsonaro eram considerados convidados de destaque na cerimônia de filiação ao PL do senador pelo Distrito Federal Izalci Lucas, que deixou PSDB.
O evento aconteceu no espaço Minas Hall, em Brasília. Valdemar foi o primeiro a subir ao palco, junto com Izalci e outros políticos do PL. Ao final do discurso, justificou a necessidade de se retirar do local.
“Tenho que ir embora. Vocês sabem, eu tenho o impedimento de estar com o presidente Bolsonaro. Mas isso não é problema, vamos resolver logo. Mas eu tenho que sair daqui antes do Bolsonaro chegar”, disse o presidente do PL.
Valdemar foi embora às 18h37. E às 19h01 – 22 minutos depois – Bolsonaro subiu ao palco.
Em seu discurso, Bolsonaro citou o presidente do PL, caracterizando-o por ser uma pessoa conhecida por “ter palavra”.
“Há poucos anos, quando procurei o PL e conversei com o Valdemar, uma pessoa conhecida por ter palavra, passamos uma risca no chão e criamos um decálogo que até aquele eleitor de esquerda concorda com, no mínimo, nove itens”, discursou o ex-presidente.
Bolsonaro e Valdemar não utilizaram a entrada de autoridades do Minas Hall. Os dois usaram as passagens internas do prédio.
Proibidos de manter contato desde fevereiro deste ano, Bolsonaro e Valdemar utilizaram a mesma estratégia no ato o ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro.
Costa Neto e Bolsonaro são investigados pela Polícia Federal por suposto envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
*Sob supervisão de Leandro Bisa
